11.2.10

O Hot está vivo!

Por Joaquim Letria

O HOT CLUB de Portugal não pára e a sua fama e prestígio crescem além fronteiras com a desgraça que vitimou a sua velha sede na Praça da Alegria, onde educou gerações, acolheu os maiores músicos de jazz do mundo e ensinava a tocar aqueles que não têm de melhor para aprender música e tocar o instrumento dilecto.

Luís Hilário, a alma do Hot Clube, programou, organizou e sentiu-se reconfortado pelos que assistiram aos três primeiros concertos do ano pelo Karl Ikonen Quartet, um grupo de músicos finlandeses e suecos, alguns dos quais residentes em Barcelona, com um jazz forte e tradicional. De resto, Ikonen é um jovem pianista de grande prestígio académico e internacional, que já tocou com os maiores, mantendo grande actividade como compositor, coleccionando prémios e ganhando concursos.

Claro que o Maxim, a Fábrica de Braço de Prata e o Clube Onda Jazz não têm o aconchego da Praça da Alegria, mas serviram para o Hot se não deixar destroçar. Se nem inventando extensões da Rádio Universidade, da Mocidade Portuguesa, disfarçados de clubes de jazz, a ditadura vergou Luís Villas Boas e fechou o clube, não era agora que uma burocracia de trazer por casa ia dar cabo do Hot! Por isso, há tanta gente pronta para o que for preciso.
«24 horas» de 11 de Fevereiro de 2010

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