Com língua de palmo
Por Joaquim Letria
O GOVERNO PORTUGUÊS tem de afectar cada vez mais dinheiro só para pagar os juros da dívida ao estrangeiro, os quais vão crescendo numa altura em que as receitas são mínimas.
Consolidar os riscos de Portugal nos níveis elevados que apresenta será ainda o pior, mas o agravamento dos custos da dívida vai-se apertando como um garrote, ameaçando tornar-se insuportável para os portugueses, as grandes vítimas duma governação insustentável.
A classificação de risco elevado para a dívida da República portuguesa, tal como é encarada internacionalmente, atinge perigosamente as emissões das empresas e as agências de “rating”, hostilizadas pelo ministério das Finanças português, pagam com a mesma moeda, não dando tréguas a Lisboa e demonstrando que quem não tem dinheiro, além de dever ter juizinho e cabeça fresca, não pode ter vícios nem se armar em carapau de corrida.
O nosso governo receia, sem o confessar publicamente, que entre 2009 e 2013 os juros da dívida possam subir de 3,2 para 4,1. A crise grega, que Teixeira dos Santos insiste ser muito pior do que a nossa, prejudica substancialmente a crise da dívida externa que o Governo português acumulou. A gente acabará por pagar. Não devíamos ter de o fazer com língua de palmo.
«24 horas» de 24 Mar 10O GOVERNO PORTUGUÊS tem de afectar cada vez mais dinheiro só para pagar os juros da dívida ao estrangeiro, os quais vão crescendo numa altura em que as receitas são mínimas.
Consolidar os riscos de Portugal nos níveis elevados que apresenta será ainda o pior, mas o agravamento dos custos da dívida vai-se apertando como um garrote, ameaçando tornar-se insuportável para os portugueses, as grandes vítimas duma governação insustentável.
A classificação de risco elevado para a dívida da República portuguesa, tal como é encarada internacionalmente, atinge perigosamente as emissões das empresas e as agências de “rating”, hostilizadas pelo ministério das Finanças português, pagam com a mesma moeda, não dando tréguas a Lisboa e demonstrando que quem não tem dinheiro, além de dever ter juizinho e cabeça fresca, não pode ter vícios nem se armar em carapau de corrida.
O nosso governo receia, sem o confessar publicamente, que entre 2009 e 2013 os juros da dívida possam subir de 3,2 para 4,1. A crise grega, que Teixeira dos Santos insiste ser muito pior do que a nossa, prejudica substancialmente a crise da dívida externa que o Governo português acumulou. A gente acabará por pagar. Não devíamos ter de o fazer com língua de palmo.
Etiquetas: JL
2 Comments:
Caro Joaquim Letria, pagamos com os costados e o couro e a língua, tudo junto numa mesma malga de fome.
E não há um sopro, sequer, de indignação. Nada bule, em particular as conciências destes novos príncipes-perfeitos.
A tradição ainda é o que era.
Para mal dos nossos pecados... a Fitch cortou no nosso “rating”. Nem com a entrada na Primavera essas nuvens negras se dissipam!
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