Não errar é humano
Por Carlos Fiolhais
UM JOVEM condutor morreu porque ia a passar no sítio errado (ao quilómetro 59,4 da auto-estrada A4, perto de Amarante) à hora errada (às 20h 25m do dia 10 de Março). Oito operários sobreviveram, apesar de feridos, ao desabamento do viaduto que estavam a construir. A probabilidade de um acidente desses acontecer era baixíssima. Devia até ser zero, pois nas obras de engenharia como esta os erros são simplesmente intoleráveis.
Podia ser qualquer um de nós que ia a passar. E somos nós que, de uma maneira ou de outra, vamos pagar o que se passou. De modo que é legítimo interrogarmo-nos: Porque é que, entre nós, há mais erros do que devia haver? A resposta é simples: por não termos suficientemente interiorizada a cultura do erro, isto é, por, nas nossas profissões, nas nossas vidas, não fazermos do erro um inimigo a quem recusamos tréguas. Não prevenimos os erros. Não castigamos quem erra. E, pior, não aprendemos com o que se passou de errado. (...)
Texto integral [aqui]
Podia ser qualquer um de nós que ia a passar. E somos nós que, de uma maneira ou de outra, vamos pagar o que se passou. De modo que é legítimo interrogarmo-nos: Porque é que, entre nós, há mais erros do que devia haver? A resposta é simples: por não termos suficientemente interiorizada a cultura do erro, isto é, por, nas nossas profissões, nas nossas vidas, não fazermos do erro um inimigo a quem recusamos tréguas. Não prevenimos os erros. Não castigamos quem erra. E, pior, não aprendemos com o que se passou de errado. (...)
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Etiquetas: autor convidado, CF
3 Comments:
“... para evitar o erro, é preciso a auto-crítica, é preciso a crítica dos outros e é preciso aceitação (mais até: agradecimento) da crítica dos outros....”
Sem dúvida. E o mais grave é que sem uma cultura de auto-crítica (e de aceitação da crítica) não se chega lá, e não se percebe que se errou.
Em algumas organizações, nomeadamente no ramo naval e aeronáutico, são até reportados os “quase-erros” ou “quase-falhas”, situações próximas de problemas reais, dos quais poderiam haver consequências graves, mas que acabaram relativamente bem.
Esta é também uma forma importante de aprender com os erros.
Não há em Portugal uma cultura de responsabilização. Os culpados dos erros são sempre os outros.
"Pode ser que o erro seja inevitável, mas, por isso, devia também ser igualmente obrigatória a humana tentativa de o evitar."
É uma questão de mentalidade e quando o exemplo vem de cima...
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