PEC Brado
Por João Paulo Guerra
É DE UMA confrangedora falta de originalidade e de imaginação.
São rimas de pé quebrado que vão dar brado: dureza rima com pobreza, estabilidade com desigualdade, ordenados com congelados, a despesa vai para baixo da mesa e o rigor vem do anterior.
O Programa de Estabilidade e Crescimento bebe nas receitas fundamentalistas do FMI, que os portugueses conhecem há tanto tempo como a democracia. O que é um flagrante desrespeito do espírito do 25 de Abril, a revolução dos três "dês": a descolonização já foi, a democracia é de quatro em quatro anos e o desenvolvimento foi para a mesma gaveta onde estará o socialismo. (...)
Texto integral [aqui]
É DE UMA confrangedora falta de originalidade e de imaginação.
São rimas de pé quebrado que vão dar brado: dureza rima com pobreza, estabilidade com desigualdade, ordenados com congelados, a despesa vai para baixo da mesa e o rigor vem do anterior.
O Programa de Estabilidade e Crescimento bebe nas receitas fundamentalistas do FMI, que os portugueses conhecem há tanto tempo como a democracia. O que é um flagrante desrespeito do espírito do 25 de Abril, a revolução dos três "dês": a descolonização já foi, a democracia é de quatro em quatro anos e o desenvolvimento foi para a mesma gaveta onde estará o socialismo. (...)
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2 Comments:
O pé fica mais quebrado com este...
Tantos sacrifícios passados,
vazios e enganadores,
deixando sinais destroçados
de governos esbanjadores.
São tempos desenganados
por mil e uma ilusões
com valores enfunados
de desprezíveis infusões.
A aritmética recordada
destaca o endividamento
da economia malfadada
após anos de definhamento.
Ficando o pé mais quebrado
com tão ténue sustentação
será mais uma vez cobrado
o bem-estar da população.
Da frouxidão imaginativa
de um programa mal amanhado
brada a ruína efectiva
do nosso regime definhado.
Depois dos anéis vão-se os dedos.
Eu teria muito mais a dizer da vergonha em que este país e este PS se tornaram, mas confesso que já gastei as palavras, de tanto as repetir. Quanto a outras, os meus botões aprenderam nestes últimos cinco anos todo o vernáculo de que me lembrei.
E não há um voto em branco massivo que os fizesse arrepiar caminho? Porque continuamos a ir às urnas escolher "o mal menor" quando é sempre pior?
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