30.3.10

“Supers” e “hipers”

Por Joaquim Letria

PORTUGAL FOI O ÚNICO PAÍS europeu a aumentar o número de centros comerciais e, não contentes com isso, os portugueses passaram a poder usufruir de mais 63 novas superfícies abertas ao domingo em cidades de concelhos com menos de 30 mil habitantes, por decisão da Procuradoria Geral da República que ajudou assim a dar mais uma machadada nas velhas lojas do comércio tradicional, e na vida social de vilas e cidades.
Mas em 2009, um ano após o início da crise financeira mundial, Portugal deu mostras da sua vitalidade económica e confiança financeira ao abrir ao público mais 280 mil metros quadrados distribuídos por 9 “shoppings”, entre os quais o gigante Dolce Vita Tejo.
Graças ao PEC e a outras condicionantes, espera-se que até 2011 fiquemos por aqui.
Portugal não tem falta de sítios onde distribuir e vender. O busílis é comprar, porque com o desemprego que temos, com a emigração que se conhece e com os baixos salários que se auferem, o Pai Natal vai ter de oferecer patins em linha aos boys do centrão e carrinhos eléctricos de golf a gestores públicos, deputados e ministros para gastarem confortavelmente e sozinhos os prémios, bónus, senhas de gasolina, ajudas de custo e subsídios de que não abrem mão nos “supers” e “hipers” onde poderão circular.
«24 horas» de 30 Mar 10

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