29.3.10

Bonnies & Clydes

Por Joaquim Letria

OS MAIS NACIONALISTAS amantes do futebol ainda se chocam com o número cada vez menor de portugueses nas equipas dos clubes e, até, na selecção nacional. Já houve um jogo, não há muito tempo, em que o Benfica, que dantes se orgulhava de só ter portugueses, jogou sem um único cidadão nacional, naturalizado que fosse.
Dito isto, que nada tem a ver com aquilo de que hoje vos quero falar, mas serve para utilizar uma equipa de futebol de 11 como medida padrão, passemos então ao assunto: seis em cada 10 jovens portugueses admitem ser delinquentes. Ou seja, numa equipa de futebol, 7 admitiriam a prática de delitos. Se a equipa fosse de futsal, ou de futebol de praia, nem os suplentes escapavam.
No ano passado, a delinquência juvenil, com praticantes entre os 12 e os 18 anos, foi uma modalidade que em Portugal cresceu 10%, o que representa um aumento notável, e incide em maior percentagem nos mais jovens. O Observatório de Delinquência Juvenil, que estudou o universo de Lisboa, Porto e Setúbal, chegou ainda a outra conclusão: são os rapazes quem pratica furtos e roubos com armas de fogo. O número de raparigas violentas é menor. Para lá caminhamos, mas ainda não temos novos Bonnies & Clydes…
«24 horas» de 29 Mar 10

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1 Comments:

Blogger Unknown said...

A criminalidade juvenil participada em 2009 correspondeu a menos de 1 % (em rigor, 0,83%) do total da criminalidade participada nesse ano. Esta percentagem (inexpressiva, obviamente) é ligeiramente superior à verificada em 2008 (0,75%). Relativamente à série de anos até 2007, inclusive, há uma diminuição, pois até aí a delinquência juvenil (12-16 anos) correspondeu a 1% da criminalidade registada. Com efeito, o Relatório Anual de Segurança Interna referente a 2009 refere ter havido mais 318 registos do que em 2008, em todo o país. Estes dados não são uma fonte de preocupação, muito menos de alarme. Pelo contrário, são um motivo de alívio: num período em que tantos factores críticos, do ponto de vista sócio-económico, se abatem inexoravelmente sobre a população juvenil, surpreende que tais fenómenos preditores de delinquência (ainda) não se tenham confirmado nas estatísticas da criminalidade registada. Quantos países da UE gostariam de dispor de percentagens tão irrelevantes como estas!!! As atenções relativamente à delinquência têm de ser focadas em outros públicos ... o perigo não são os adolescentes.

30 de março de 2010 às 14:32  

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