A concordância!
Por Joaquim Letria
MUITA GENTE ficou espantada e se manifestou chocada por Sócrates ter respondido a Louçã - que o advertia dele se mostrar “mais manso” a cada intervenção quanto à fiscalidade das mais valias - nos seguintes termos:
-Mais manso é a tua tia, pá!
Não é a fineza do vitupério que me impressiona nem a indesmentível propensão parlamentar de interpretar tudo o que se diz naquela casa por parâmetros tauromáquicos. Sabemos que assim acontece desde o “senti-me corneado”, de Granadeiro, à mímica ímpar de Manuel Pinho. O que me espanta e choca é a falta de concordância, na boca dum primeiro-ministro diplomado em inglês técnico. Ou seja, a querer atingir a senhora, Sócrates deveria ter atirado a Louçã:
-Mais mansa é a tua tia, pá!
Sabendo todos nós que os exemplos vêm de cima e que milhões de portugueses em idade escolar assistem aos telejornais, o chefe do Governo deveria falar cuidadosamente, apurando a concordância, ainda que muitos mal intencionados interpretem este léxico não como um erro de sintaxe, mas como uma emenda no grau de parentesco, fazendo crer que uma tia mais mansa não é tão grave de dizer como seria:
-Mais manso é o teu pai, pá!
Mas o problema é a concordância, nunca a perder de vista e a ter sempre em conta! Importa lá agora a boa educação!
«24 horas» de 21 Abr 10MUITA GENTE ficou espantada e se manifestou chocada por Sócrates ter respondido a Louçã - que o advertia dele se mostrar “mais manso” a cada intervenção quanto à fiscalidade das mais valias - nos seguintes termos:
-Mais manso é a tua tia, pá!
Não é a fineza do vitupério que me impressiona nem a indesmentível propensão parlamentar de interpretar tudo o que se diz naquela casa por parâmetros tauromáquicos. Sabemos que assim acontece desde o “senti-me corneado”, de Granadeiro, à mímica ímpar de Manuel Pinho. O que me espanta e choca é a falta de concordância, na boca dum primeiro-ministro diplomado em inglês técnico. Ou seja, a querer atingir a senhora, Sócrates deveria ter atirado a Louçã:
-Mais mansa é a tua tia, pá!
Sabendo todos nós que os exemplos vêm de cima e que milhões de portugueses em idade escolar assistem aos telejornais, o chefe do Governo deveria falar cuidadosamente, apurando a concordância, ainda que muitos mal intencionados interpretem este léxico não como um erro de sintaxe, mas como uma emenda no grau de parentesco, fazendo crer que uma tia mais mansa não é tão grave de dizer como seria:
-Mais manso é o teu pai, pá!
Mas o problema é a concordância, nunca a perder de vista e a ter sempre em conta! Importa lá agora a boa educação!
Etiquetas: JL
3 Comments:
Deixo o meu largo sorriso porque nada tenho a acrescentar. Está tudo dito e bem.
Até porque "boa educação" é aquela que o ministério da dita tem implementado. E é em tais conformes que se inventou um fantástico sistema de avaliação dos professores. Cheio daquele rigor técnico que tantos elogiaram...
"Cheio daquele rigor técnico que tantos elogiaram..."
:)
O pior é que mudaram a mosca-mor mas... pois!...
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