Corrupção, peculato & etc.

Por Joaquim Letria

“A CORRUPÇÃO Participada em Portugal 2004-2008”, relatório recentemente publicado, mostra que as autarquias apresentam o maior número de arguidos por corrupção, mas ironicamente mostra-nos os ministérios da Administração Interna, o da Justiça e o da Educação como tendo o maior número de funcionários corruptos, praticantes de peculato e participantes económicos em negócios indevidos. O Norte parece diferente do Sul: no Porto e em Coimbra há mais corrupção, em Lisboa e Évora há mais peculato.
Predominantemente, o corrupto tem entre 36 e 45 anos de idade, não tem antecedentes criminais, é casado e trabalha com vínculo e a tempo inteiro. A Construção Civil, o Desporto, a Formação Profissional, a Hotelaria e a Restauração, o Imobiliário e os Bombeiros Voluntários são áreas privilegiadas da corrupção. Já a participação económica em negócio é um privilégio dos políticos, que se apresentam com quase 30 por cento dos actuais arguidos e a auferirem um mínimo de 50 mil euros em dinheiro vivo por golpe, enquanto a maioria dos corruptos raramente ultrapassa os 500 euros de cada vez.
Guilherme Oliveira Martins preside ao Conselho de Prevenção de Corrupção. Homem sério e acima de qualquer suspeita, oxalá não o ponham apenas a acumular “know how”.

«24 horas» de 14 Abr 10