6.4.10

E Viva Espanha!

Por Joaquim Letria

HOJE, EM VALENÇA DO MINHO, só não põe uma bandeira espanhola à janela quem a não tem. Este movimento tem toda a razão de ser e mais uma. A razão de ser em Espanha que os portugueses daquela importante cidade nacional tratam da saúde. Mais uma, por o reconhecimento aos autarcas de Tui é tanto ou mais devido do que o desprezo por Lisboa.
O alcaide de Tui disponibilizou, de imediato, à população de Valença, o apoio necessário, depois do governo português mandar fechar o Serviço de Atendimento Permanente (SAP) desta cidade portuguesa.
“Somos mais bem tratados em Tui do que em Portugal”, disse Carlos Natal, porta-voz dos utentes do SAP de Valença. A razão deste desabafo é por o alcaide de Tui querer reforçar o pessoal médico e de enfermagem se tal for necessário.
O centro de saúde de Tui tem 11 médicos de clínica geral, 2 pediatras, 12 enfermeiros, um farmacêutico, três fisioterapeutas, um dentista, um assistente social e não cobra taxa moderadora. E faz ainda a triagem dos casos mais graves para os três grandes hospitais de Vigo.
Estes nossos queridos governantes já puseram os portugueses a viajar de ambulância, a nascer em Badajoz, a tratar-se em Tui e a trabalhar cada vez mais longe daqui. Eles tornam Portugal num sítio que até é mau para dormir.
«24 horas» de 6 Abr 10

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5 Comments:

Blogger GMaciel said...

Portugal é, cada vez mais, uma tasca muito mal frequentada e pior administrada.

6 de abril de 2010 às 11:53  
Blogger Bartolomeu said...

Para compôr melhor o "ramalhete", já foram dadas ordens à GNR, para proibir o hastear da bandeira espanhola em edifícios públicos.
Oh c'um raio... mas então os edifícios públicos, são públicos ou privados?!
E a liberde de expressão? É livre ou sensurada?!
Será que o hasteamento da bandeira espanhola em edifícios públicos os degradará tanto, quanto o governo pretende degradar a saúde pública?
Entretanto, admirem-se se surgir uma nova Maria da Fonte e uma nova "Revolução do Minho"...

6 de abril de 2010 às 11:53  
Blogger (c) P.A.S. Pedro Almeida Sande said...

O que é que isto a seguir tem a ver com a revolta justa de Valença? Tem e não é pouco!

O grito desesperado e a avaliação feita por Augusto Morais, Vice da Confederação Europeia das PME e responsável pela associação das PME, devia ser ouvido pelos órgãos do Estado, Presidência da República incluída.
A imagem degradante de um Estado gigantesco, replicado de amiguismo e eivado de corruptos, para lá do admissível e castrador da sua própria sustentabilidade, faz-nos pensar, como Augusto Morais, que caminhamos para a catástrofe empresarial e por via disso para a catástrofe dos órgãos do Estado.
Um Estado que não percebe que já passou há muito o puxar de corda sobre as empresas, é um Estado que não percebe que por via da insustentabilidade de quem o mantém, caminha rapidamente para a catástrofe. Quando desaparecerem mais uns milhares de empresas aonde é que o Estado balofo vai buscar os impostos?
Mas não é apenas o Estado um dos grandes responsáveis deste estado de coisas. As Confederações patronais tomadas pelos interesses das grandes empresas com delapidação e canalização dos fundos atribuídos pelos organismos comunitários, numa simbiose perfeita com o poder político, é também ela uma parte deste polvo que tem empobrecido Portugal.

6 de abril de 2010 às 12:29  
Blogger (c) P.A.S. Pedro Almeida Sande said...

Isto é mais directo:

MINISTRA CORPORATIVA
Ontem a Ministra da Saúde em entrevista a Sousa Tavares demonstrou dois dos seus atributos: simpatia q.b. e uma descrença nas sua próprias medidas que poderiam tomar os nomes de: incompetência e limitação de acção. Alguns dos problemas são, aliás, problemas recorrentes dos últimos anos: a crónica falta de médicos, cada vez mais agravada e tratada a aspirinas, vergonha e atentado nacional que só se percebe com o neocorporativismo nauseabundo de muitos médicos E QUE IMPLICA CUSTOS SEMPRE ACRESCIDOS PARA O SISTEMA; a ineficiência do sistema em áreas como o medicina de proximidade - médicos de família inclusos - e a inexistência da saúde oral - que faz dos Portugueses os mais desdentados da Europa em que se integra; o fecho de equipamentos onde são mais precisos - ou seja junto às populações mais carenciadas e socialmente mais fragilizadas. A regulação do mercado dos medicamentos e a baixa dos mesmos na comparação com outros países Europeus, a uni ou minidose são também marcas de falhanço de uma política que é demasiado séria para ser entregue a ministros da saúde... médicos!

6 de abril de 2010 às 12:31  
Blogger Gonçalo Correia said...

Repito (replico) a questão: Valença tornar-se-á outra Olivença?

A resposta parece-me, cada vez mais, óbvia, tendo em conta a "macrocefalia" de Lisboa enquanto centro do Poder (Poder que tem desprezado outras regiões do país). Isto é fruto, entre outras coisas, de anos desperdiçados no que diz respeito ao desenvolvimento regional sustentado, ao contrário do que sucedeu em Espanha.

6 de abril de 2010 às 17:19  

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