Sal-gema
Por A. M. Galopim de Carvalho
A PALAVRA sal foi-nos deixada pelos romanos (sal, salis), que tanto a empregavam para designar o produto material extraído por evaporação da água do mar, como para aludir, em sentido figurado, à vivacidade, à finura cáustica, ao espírito picante, ao bom gosto, à inteligência. E foi assim, com estes dois sentidos, que sal entrou na nossa linguagem quotidiana, da menos à mais erudita. Tal não aconteceu com o termo equivalente halós, dos gregos, cuja passagem pela Península, muito anterior, não teve nem a duração nem a importância da ocupação romana. Apenas no jargão científico e tecnológico dispomos de vocábulos construídos com base no étimo grego. Diz-se que um solo é halomórfico quando salgado, que um organismo é halofílico quando suporta bem a presença de sal e designa-se por halogenetos o conjunto dos minerais salinos, entre os quais a halite, o mineral essencial do sal-gema. (...)
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3 Comments:
Já agora, alguém que esteja mais bem informado do que eu que me esclareça: no tempo da Roma antiga era usual pagar-se aos soldados em sal, e daí ter surgido o termo SALário?
Sim, salário vem de sal. Mas não sei se esse pagamento em sal era exclusivo dos soldados romanos.
O uso do sal como moeda tem justificação:
É um bem universal, praticamente não deteriorável, facilmente transportável, divisível, acumulável, e de qualidade pouco variável.
Permitam-me acrescentar mais um ponto, ao conto.
O sal, para além de "moeda" com que se pagava aos obreiros, daí a origem do termo "salário", era ainda muito valorizado na alquímia e até aos nossos dias para temperar e conservar os alimentos.
Daí, ser utilizado como moeda de troca entre os povos do litoral e os do interior, por diferentes bens.
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