Já não são “forever”?

Por Joaquim Letria

NA CHUSMA de privatizações deste governo há uma empresa de diamantes. Por mais estranho que isto possa parecer, esta empresa de diamantes perde dinheiro!
Não sei se os respectivos administradores recebem prémios, se no fim do ano têm direito a legitimamente levar umas pedritas para casa, se compram e vendem para mandarem encastoar ou aproveitam resíduos para fins industriais. O que sei, segundo me diz o accionista Estado Português, é que a nossa empresa de diamantes perde dinheiro e, ainda por cima, detém 49 por cento duma sociedade que explora diamantes em Angola. Dizem as contas apresentadas que perdeu qualquer coisa como 5 milhões de euros em três anos. Querem estes dizer-nos que os diamantes já não são “forever”. Que saudades da Diamang…
Uns amigos judeus que trabalham neste ramo, na Rua 57 em Nova York, quando lhes contei isto, riram-se na minha cara. Em Amsterdão e Antuérpia, nem me atrevo a passar perto duma sinagoga e em Moscovo disseram que eu estava a mentir.
Mas enfim, apesar de perder dinheiro e o Governo ter pressa no PEC, as ordens que deu foi para prepararem a venda desta empresa até 2013. Ou seja, em Portugal ainda vale a pena perder dinheiro em diamantes pelo menos mais três anos seguidos.

«24 horas» de 8 Abr 10