10.5.10

Avé Maria...

Por João Duque

RECORDO, com doçura, as primeiras vezes que me confessei. Vasculhava a cabeça à procura de pecados a despejar no regaço da sotaina do senhor prior. Mas não ia além de umas desobediências maternais. Sim, porque da lista dos mortais, não tinha eu experiência. Naquela idade, nem a mulher do próximo desejava...

A dívida de Portugal, não só a pública, mas essa especialmente, é o nosso pecado colectivo. Abusámos na antecipação do prazer pela utilização dos recursos. Deleitámo-nos com miríades de bens para os quais não tínhamos capacidade de pagar.

E agora? Agora estamos viciados nesse tipo de vida, num padrão de consumo desajustado à riqueza produzida, investimentos feitos que não se usam, investimentos que queremos fazer sem sentido económico mantidos por embirração política. (...)

Texto integral [aqui]

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2 Comments:

Blogger GMaciel said...

Avé-Marias, Salvé-rainhas e padres-nosso não serão suficientes para nos tirar do atoleiro, mas a fé sempre atenuará a cruz, não é?

Era suposto eu fazer humor com isto, mas quem é que se consegue rir com semelhante destino?

10 de maio de 2010 às 18:42  
Blogger José Meireles Graça said...

Sem confessarmos os nossos pecados não haverá redenção nem salvação. E alguns de nós cometeram os pecados do orgulho e da vaidade ao aderir ao euro como se reuníssemos as condições para pertencer a um clube de ricos. Não vejo, ainda, esses a fazer um mea culpa. Preferem dividir a culpa com todos. Mas não comigo, peço desculpa. Aquando da adesão disse para os lados: se esta tropa fandanga julga que o nosso Povo aceita fazer o que é preciso para isto funcionar, ou não O conhece, ou não entende a Democracia, ou não percebe nada de economia. Cavaco, o epígono do asneirol, encaixa neste perfil pelos três indicadores.

10 de maio de 2010 às 23:04  

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