Este homem que nos coube em sorte
Por Baptista-Bastos
O DOCE EMBALO de julgar que cumpre um destino tem levado o dr. Cavaco ao incomparável incidente de ser preceptor das nossas vidas. Desde a rodagem de um carro até que os acasos da fortuna e os desacertos da História o empurraram para lugares cimeiros da Nação nada de entendível esclarece o enigma. Nenhum estudo fervoroso e incessante desanuvia a nossa pobre e obnubilada perplexidade. Foi um primeiro-ministro medíocre; é um Presidente da República sem estofo. Quando fala, o discurso é ambíguo, desbotado e triste, quando não funesto. (...)
Texto integral [aqui]
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7 Comments:
1 - A mim, em termos de empatia, Cavaco também "não me enche as medidas" - não é uma pessoa com quem eu gostasse de conviver no dia-a-dia.
Mas, como isso não está em causa, não me importa muito nem pouco. Já o mesmo não poderei dizer quanto a saber se ele tem razão no que diz - ou não.
2 - Quando, nesta crónica, se diz que «...o dr. Cavaco pouco mais adianta do que apontar números, estabelecer comparações, esticar o dedo hirto para a estatística, para a cifra, para a percentagem» está a tocar-se na ferida, mas pela negativa:
É que o sarilho em que estamos metidos se deve - precisamente e em boa parte... - àqueles que sempre odiaram contas, estatísticas, comparações e números - e que chamam "merceeiros e contabilistas" aos que, menos analfabetos do que eles nessa matéria, dizem o óbvio.
Aliás, La Palice não desdenharia afirmar que, «Para falar de contas públicas, convém, antes de mais, saber fazer contas». Eu acrescentaria: «...ou no mínimo, não menosprezar quem as faz»
E... pelo andar da carroagem, suspeito que nos voltará a caber em sorte, por mais 5 anos.
Imagine-se como virão a ser os passos deste país, se nesta sorte lhe vier a caber um coelho, para o governo...
Arre!!!
O Blogger parece esta novamente com problemas no que toca à afixação de comentários...
"Cavaco Silva salvou o País como Primeiro -Ministro, foi o bom aluno da então Comunidade Europeia e infra-estruturou o País."
Não sei por onde andou nessa época, Zé do Melro, mas eu explico-lhe o que, aparentemente, lhe escapou.
Primeiro e como "bom aluno", desmantelou a indústria, matou a agricultura e acabou com as pescas - e o que ele fala agora da necessidade destas coisas (coisas, também, resultantes da sua falta de memória ou vergonha).
Segundo, estruturou MAL o país, criando estradas (IPs e ICs) mal feitas que não valeram um terço do dinheiro que sugaram à UE. Agora e em nome das alterações inevitáveis, transformaram-nas em auto-estradas custando o dinheiro que não temos e sugando os bolsos já depauperados do português que paga, não bufa e ainda aplaude.
Terceiro e último, foi o "salvador-do-país" Cavaco Silva quem criou o monstro chupa-erário público na função pública, começando por reformar pessoal dos 47 anos para cima em nome do rejuvenescimento das forças militares e da função pública.
Foi isto o que aconteceu, queira ou não ver ou acreditar. Chamar a isto salvar o país só pode ser brincadeira para não adiantar pior.
Isto de clubites partidárias dá sempre asneira.
Pois... E também não está aqui em causa a qualidade de B.B. como escritor (tenho vários livros dele, e de Cavaco não tenho nenhum...).
O que está em causa, a meu ver, é a irritação de uma certa esquerda (aqui personalizada por B.B.) contra uma certa direita (aqui personalizada por Cavaco), numa altura em que, no que toca às questões económicas e financeiras actuais, tem-se visto quem tem razão - a pontos de um governo socialista aplicar as medidas e as receitas "do inimigo"...
Notícia de última hora, difundida do Aquário de Oberhausen, onde Paul é residente, dá conta que o conhecido molusco se encontra mal de saúde.
Veterinários e Biologos que se encontram a tratar o polvo-vidente, afirmam que o oráculo sofre de intoxicação alimentar.
O acidente gástrico foi provocado, segundo fontes fidedígnas por 2 ameijoas enviadas pela comissão para as eleições portuguesas, em duas caixas de acrílico transparentes, a acompanhar os bivalves e coladas nas caixas, seguiram ainda as fotografias de Cavaco e Alegre, assim como o pedido de ser conhecido qual dos dois venceria as eleições.
Segundo opinião dos tratadores do aquário, as "ameijoas"... encontravam-se estragadas.
Pois eu tenho o livro “Crónicas de uma crise anunciada” de Cavaco Silva que não obstante ter sido editado em 2001 me parece uma leitura bastante interessante e actual.
Batista-Bastos é um excelente narrador e tem o direito de expressar as suas sensibilidades livremente. Não foi indelicado, apenas coerente, atendendo os aspectos que mais valoriza num PR.
Pessoalmente, vejo em Cavaco, um exemplo de competência e de saber, pena é, que o nosso sistema não seja presidencialista. Certamente, não se limitaria a colocar o dedo na ferida e a alertar para as dificuldades que já se fazem sentir e para as que se avizinham.
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