Eu Gosto deste Papa
Por Maria Filomena Mónica
A MAIORIA dos meus amigos considera patológico o interesse com que sigo as alterações verificadas na Igreja Católica. Se pensam que tal curiosidade é um prenúncio de conversão erram, como erram quando dizem que o assunto não me deveria atrair. Tal como o Don Giovanni diante do Comendador, sei que direi «não» quando chegar a altura. Mas o facto de ter sido criada no seio desta confissão faz com que goste de acompanhar o que se passa nos seus conclaves e de atender às mudanças dos seus rituais.
Para dizer a verdade, tenho saudades da igreja da minha infância. Quando o II Concílio do Vaticano teve lugar, em 1962, já a deixara, mas lembro-me de que fiquei indignada com o facto de a missa ter deixado de ser celebrada em latim. (...)
Texto integral [aqui]
A MAIORIA dos meus amigos considera patológico o interesse com que sigo as alterações verificadas na Igreja Católica. Se pensam que tal curiosidade é um prenúncio de conversão erram, como erram quando dizem que o assunto não me deveria atrair. Tal como o Don Giovanni diante do Comendador, sei que direi «não» quando chegar a altura. Mas o facto de ter sido criada no seio desta confissão faz com que goste de acompanhar o que se passa nos seus conclaves e de atender às mudanças dos seus rituais.
Para dizer a verdade, tenho saudades da igreja da minha infância. Quando o II Concílio do Vaticano teve lugar, em 1962, já a deixara, mas lembro-me de que fiquei indignada com o facto de a missa ter deixado de ser celebrada em latim. (...)
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Etiquetas: FM
5 Comments:
De facto, e ao contrário do que algumas pessoas dizem, Bento XVI não exigiu que as missas passassem a ser celebradas em latim. Apenas permitiu que, quem quiser, o possa fazer - o que, quanto a mim, está certíssimo e acaba com um absurdo.
É como passarmos a ter a possibilidade de escolher entre ver um filme "dobrado" ou falado na "língua original" - nos últimos anos só podíamos ver a versão "dobrada".
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Já agora, e quanto à importância dos rituais e das tradições nas celebrações religiosas, ver a «Carta a Guerra Junqueiro», em «A Correspondência de Fradique Mendes», já por várias vezes aqui referida - [aqui].
Ainda não consegui decidir se gosto ou não deste papa.
E não sei se do próprio texto resulte que MFM goste dele, ainda que afirme que sim.
Só pelo facto deste Papa se afirmar contra o relativismo cultural, ético e científico já mereceria apoio, para além de impor respeito às turbas muçulmanas que julgam ter o caminho aberto ao proselitismo, pela indiferença religiosa, moral e cívica generalizada que vêem grassar nas sociedades ocidentais, com defeitos, sem dúvida, mas inequivocamente preferíveis às da Idade Média para as quais o proselitismo muçulmano nos quer remeter.
Só por isso, já Bento XVI merece o nosso apoio, se não convicto, exaltado, pelo menos discreto, cônscio do que está em jogo, na confrontação que outros preparam.
É preciso perder a inibição e afirmar os valores da nossa civilização, de matriz inconfundivelmente cristã, de herança muito mais importante do que todas as demais contribuições nela incorporadas.
Custará assim tanto reconhecer estas evidências culturais ?
Em suma, Senhora Dona Maria Filomena Mónica, os cristãos, segundo percebi, da sua homília publicitária, - o que não quer dizer que eu seja tão inteligente quanto ele, o Senhor Papa e a Senhora - estão triunfalmente abençoados por um Senhor Papa que anda à la mode e, ainda por cima, é sexy, além de, é claro, possuir uma cultura e inteligência fora do comum. Fiquei convencido por tão deliciosa ironia.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Lisboa, 13/07/2010
etpluribusepitaphius.blogspot.com
Fado, Futebol, Fátima, que há de novo? nada! dão-se voltas, e a idade, traz sempre as ondas à praia.
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