ESTAS fotografias foram tiradas, em 3 dias diferentes, no mesmo local - a dois passos da área de paisagem protegida Sintra-Cascais.Outras podem ver-se [aqui], e testemunham a pertinência da expressão dar pérolas a porcos.
Um colchão?! Alguém está a demonstrar a sua hospitalidade deixando um colchão no local caso algum estrangeiro não tenho acesso a alojamento. Quero dizer: esse “alguém” não faz parte da população “per se”, mas talvez seja um dos funcionários camarários por ordem do seu superior hierárquico.
A rua que aqui se vê é a chamada Rua dos Moinhos, no Alto da Granja. Ali a poucos metros (na Estrada de Magoito) mora o meu colega Batista Alves, eterno candidato da CDU à C.M.Sintra, e que sempre conheci à frente dos SMAS de Sintra.
Imagino que ele, no seu vai-vem para o emprego, nunca passe aqui, pois a situação é esta há anos e anos, todos os dias...
Catarina e Carlos, o colchão é uma gentileza do Sr. Seara, destinada ao fotógrafo. Daqui não se consegue ver, mas, tem lá um cartãozinho que diz: para que o fotógrafo espere deitado, com os cumprimentos do Seara e, se desejar mais alguma coizinha, é só dezere... uma nóz da Periquita? uma broínha do Preto?
Deve ser muito gostoso passar aí alguns dias. Um refúgio do bulício dos grandes centros urbanos. A paisagem será magnífica e o silêncio da noite talvez se possa ouvir, ou não?
O Carlos Medina Ribeiro está de parabéns, soube aproveitar com muito gosto um espaço rústico, construíndo o seu "Reino do Butão" e ainda por cima, disponibiliza-o. Isto, um bocado mal acomparado, é como ter uma namorada pôdre de boa e empresta-la aos amigos. (pronto, já cá faltava a parvoice Bartolomeunesca) Olhe meu amigo, se ainda morasse na cidade, quem lh'alugava o moínho, era eu... se mo quisesse ceder, evidentemente. Já me estou a imaginar a moer o grão naquelas grandes mós e depois a cozer o pãozinho naquele forno e a telefonar para este pessoal maravilhoso do "Sorumbático" a convidá-los: binde cá meuzamigos binde probar o casqueiro do Bartolomeu!!! (ist'hoje tá a começar bem, tá, tá) ;))
Além deste moinho, o moleiro tinha um outro, a água (nas Azenhas do Mar), para quando não havia vento.
Quando morreu (há uns 50 ou 60 anos), aquilo foi comprado por alguém que fez as adaptações principais.
Quando o comprei (por 1100 contos...) estava muito degradado e vandalizado, mas o essencial estava feito (incluindo cavidade para a futura lareira, o anexo, canalizações de água e até linha telefónica).
Gastei muito tempo e dinheiro em reparações, mas sempre coisas que se foram fazendo a pouco e pouco: hoje um alpendre, amanhã uma mesa, mais tarde um telhado novo...
Os meus parabéns, CMR, pelo bom gosto - os moinhos fazem parte do imaginário de qualquer adolescente que tenha lido D. Quixote de La Mancha :) - e porque, comprando-os, mantêm-se esses belos "gigantes" que se recortam numa paisagem tão devastada por nós, humanos.
Aqui, por Almada, havia alguns, mas o desleixo deixou apenas partes do seu corpo de pedra estoicamente de pé. Uma lástima, digo eu.
O ficheiro vai sendo actualizado. Meti legendas na maioria das imagens, e juntei algumas fotos, tiradas da revista 'Casas de Portugal', que em 2003 foi lá fazer uma reportagem.
Com todo o gosto Catarina! (táva a ver que ninguem ía querer...) ;))) A "coisa" funciona com base no aproveitamento da energia eolica, o que, como todos imaginarão, obriga a que o "chapéu" ou, telhado do "zingarelho" não seja fixo, dado que a direcção dos ventos também se altera, apesar de, relativamente às épocas do ano, se verificar uma certa predominância. Assim, verificamos com algum assombro a grossura das paredes do moínho e o facto de a estructura se apresentar sempre numa planta circular e cónica. Agora vamos à forma de transmissão: Como se pode verificar pelas fotografias, existe um eixo central, junto ao telhado... bom, antes disso, convem referir que todas as peças que compõem o "mecanismo" são fabricadas em madeira e não só, numa única espécie de madeira, mas sim em várias de acordo com o maior ou menor desgaste a que a peça iría estar sujeita. Continuando no eixo, podemos verificar também, que o mesmo se encontra apoiado num ângulo que facilitava a captura do vento nas velas exteriormente presas a varais que encaixavam no prolongamento do veio interior, mas que era constituído por outro mastro, fortemente preso ao eixo interior. Então, perguntará a minha estimada Catarina: Óh Bartolomeu, então e quando o vento mudava, comé co moleiro fazia? Ora aí está um celente prégunta minha interessada amiga! O moleiro tinha de possuír entre outros, conhecimentos de meteorologia, que lhe permitiam prever quer a direcção, quer a intensidade de vento que iría fazer. Um dos sinais mais comuns, eram as núvens, as quais, segundo a direcção o formato, a altura e a velocidade, assim davam indicações precisas ao moleiro-nauta. Não obstante, algumas vezes, se acontecia um repentino golpe de vento, ou uma mudança brusca de direcção, o pobre homem, ter de ir apanhar o "chapéu" do "zingarelho" a "cascos-de-rolha".
Ora bem, se a minha amiga olhar com atenção as fotos do 2º andar do moínho, que o nosso amigo Carlos publicou, vai notar que o remate do topo da parede é em pedra maciça e que na mesma, a espaços, se encontram "chumbadas" argolas de ferro, identicas àquelas que se podem ver nas paredes exteriores e que tinham duas utilidades, prender os muares e prender os brandais das velas. Contudo, as argolas do interior possuíam outra utilidade, já la vamos... Essa pedra de remate a que me referi, na sua face superior era escavada, por forma a que nela corressem como se fosse carril de comboio, mas ao inverso, umas rodinhas que suportávam o "chapéu" do moinho. Então o que é que sucedia? Bom... por aquelas janelinhas que também se podem ver nas fotos e que eu suspeito, o nosso amigo Carlos mandou ampliar, o moleiro prescutava o céu, e as núvens e depois de calcular a direcção do vento com a máxima precisão possível, destravava o maquinismo que transmitia o movimento do eixo aos ccadernais que accionavam um outro eixo que por sua vez accionavam outros aos quais estavam ligados os eixos das mós (não sei porquê, fiquei com a sensação que meti eixos a mais... mas pronto... depois vou registar a patente) atava uma corda à argola que ele sabia, enrrolava-a ao primeiro eixo que referi e puxava a outra ponta com as mãos. Este movimento fazia com que o "chapéu" rodasse dentro da tal calha na pedra, posicionando como o moleiro pretendia. Depois, no interior, sempre que havia grão para isso, o moleiro podia moer diferentes espécies em simultâneo, utilizando para isso, diferentes tipos de mós. Havia ainda a operação de picar as mós, que era um cabo-dos-trabalhos. Uma mó daquelas é pesadíssima e o moleiro não podia correr o risco de a deixar tombar, sob risco de que se partisse. Então, sempre que era preciso picar a mó, por forma a avivar-lhe o grão da pedra, o moleiro desprendia o eixo central que fazia rodar a mó, introduzia no buraco central (adoro esta imágem) uma trave de madeira que fazia de alavanca e colocava a pedra na vertical, depois, usando novamente a corda e o eixo central, atava a pedra e descia-a até ao piso térreo, pelo interior do moínho, aí colocada, com muito jeitnho, era rodada até ao interior e novamente com a ajuda da tal trave introduzida dentro do buraco central (HMMMM) era tombada lentamente sobre um leito de dois troncos, aí com uma paciência do escafândro e a ferramenta apropriada, o moleiro picava muito certinho a pedra a toda a volta. Fiuuuuu, já estou cansado!!! ;)))
Muito interessante, Bartolomeu. Aprendi umas coisas! Obrigada. O Carlos, certamente, também se vai deleitar com esta leitura embora perceba muito mais desta engrenagem que eu.
Em breve conto poder afixar fotos antigas, tiradas num moinho exactamente igual, e que mostra o moleiro a movimentar a mó, a orientar as velas, etc - tudo sozinho!
Entretanto, algumas achegas ao que Bartolomeu escreveu:
O moinho tinha, no cimo, um catavento com uma particularidade: O seu eixo vertical atravessava o tecto, e havia, por dentro, uma barra horizontal que era a "imagem" da posição exterior. Era assim que o moleiro sabia, a todo o momento, a direcção do vento (que, por sinal, ali não varia muito).
Além dessa informação "em tempo real", havia uma outra, mais romântica: presas às cordas, havia umas cabacinhas que assobiavam com o andamento das velas... A um ouvido experiente, o som que elas emitiam indicava se elas estavam a andar bem ou mal.
Outra curiosidade: Os moinhos existentes junto à costa aproveitavam a sabedoria ancestral dos homens do mar, pois muitas vezes os moleiros eram também pescadores (ou pertenciam às mesmas comunidades). Toda a tecnologia das velas, dos ventos, dos mastros e dos nós é comum.
--
Curiosidade final:
Foi com muito gozo que, depois de ter comprado este moinho, vim a trabalhar em centrais eólicas, pela EFACEC (nomeadamente na de Vila do Bispo, com 20 aerogeradores). É que, no essencial, o funcionamento é exactamente o mesmo... A 'grande' diferença é que, nos moinhos, o n.º de velas é par, e nos aerogeradores é ímpar (em geral, 3)
Em tempos que já lá vão, foi escrito um pequeno livro infanto-juvenil 'passado' aqui («O Incrível Professor Capachinho», com ilustrações de José Abrantes).
Tem estado disponível na Internet, em PDF, mas vejo agora que o 'site' está em manutenção.
Poderei enviá-lo por 'mail' a quem me indicar o endereço para medina.ribeiro@gmail.com
Onde moro, existem 4 moínhos, dois deles, com uma casa adicionada, são alugados ocasionalmente, um não tem qualquer utilização e o outro, por "carolice" do dono, o filho do moleiro, ainda trabalha. Até ha bem pouco tempo, moía o trigo e o senteio que os meus vizinhos da aldeia, cultivavam.
«senteio» Bartolomeu? só se fôr aí no sítio onde moras, porque no resto país, escreve-se com dois "s", ou seja... ssenteio! Fico furibundo quando apanho analfabetos pela frente... irra!
29 Comments:
Um colchão?! Alguém está a demonstrar a sua hospitalidade deixando um colchão no local caso algum estrangeiro não tenho acesso a alojamento. Quero dizer: esse “alguém” não faz parte da população “per se”, mas talvez seja um dos funcionários camarários por ordem do seu superior hierárquico.
A rua que aqui se vê é a chamada Rua dos Moinhos, no Alto da Granja.
Ali a poucos metros (na Estrada de Magoito) mora o meu colega Batista Alves, eterno candidato da CDU à C.M.Sintra, e que sempre conheci à frente dos SMAS de Sintra.
Imagino que ele, no seu vai-vem para o emprego, nunca passe aqui, pois a situação é esta há anos e anos, todos os dias...
Catarina e Carlos, o colchão é uma gentileza do Sr. Seara, destinada ao fotógrafo. Daqui não se consegue ver, mas, tem lá um cartãozinho que diz: para que o fotógrafo espere deitado, com os cumprimentos do Seara e, se desejar mais alguma coizinha, é só dezere... uma nóz da Periquita? uma broínha do Preto?
: )))
Carlos, não será este o momento oportuno para sugerir que o seu colega passe por lá de vez em quando?
Voto na pérola, CMR.
:)
PS: e andei eu a fazer publicidade ao "borough of Sintra"!!!!
:(
Não digam a ninguém (até porque a colecção ainda não está completa)... mas vejam [aqui] se não é bonito...
NOTA: é na mesma rua do lixo, mas um pouco mais acima.
É lindo, CMR. (não era para dizer?ó caraças, lá meti os pés)
A sério agora, é lindo. Sempre tive um fascínio por moinhos, não sei porquê. É propriedade privada?
Sou mesmo cusca.
:)
E eu cusca sou! Qual é a diária?! Muito rústico. Parece um área muito aprazível.
Comprei-o há 29 anos, e aluga-se por curtos períodos.
Deve ser muito gostoso passar aí alguns dias. Um refúgio do bulício dos grandes centros urbanos. A paisagem será magnífica e o silêncio da noite talvez se possa ouvir, ou não?
Quando quiser experimentar, diga-me. Pode ser que esteja vago.
Mas, nessa altura, escreva-me para o meu e-mail, pf.
O Carlos Medina Ribeiro está de parabéns, soube aproveitar com muito gosto um espaço rústico, construíndo o seu "Reino do Butão" e ainda por cima, disponibiliza-o.
Isto, um bocado mal acomparado, é como ter uma namorada pôdre de boa e empresta-la aos amigos.
(pronto, já cá faltava a parvoice Bartolomeunesca)
Olhe meu amigo, se ainda morasse na cidade, quem lh'alugava o moínho, era eu... se mo quisesse ceder, evidentemente.
Já me estou a imaginar a moer o grão naquelas grandes mós e depois a cozer o pãozinho naquele forno e a telefonar para este pessoal maravilhoso do "Sorumbático" a convidá-los: binde cá meuzamigos binde probar o casqueiro do Bartolomeu!!!
(ist'hoje tá a começar bem, tá, tá)
;))
Além deste moinho, o moleiro tinha um outro, a água (nas Azenhas do Mar), para quando não havia vento.
Quando morreu (há uns 50 ou 60 anos), aquilo foi comprado por alguém que fez as adaptações principais.
Quando o comprei (por 1100 contos...) estava muito degradado e vandalizado, mas o essencial estava feito (incluindo cavidade para a futura lareira, o anexo, canalizações de água e até linha telefónica).
Gastei muito tempo e dinheiro em reparações, mas sempre coisas que se foram fazendo a pouco e pouco: hoje um alpendre, amanhã uma mesa, mais tarde um telhado novo...
Os meus parabéns, CMR, pelo bom gosto - os moinhos fazem parte do imaginário de qualquer adolescente que tenha lido D. Quixote de La Mancha :) - e porque, comprando-os, mantêm-se esses belos "gigantes" que se recortam numa paisagem tão devastada por nós, humanos.
Aqui, por Almada, havia alguns, mas o desleixo deixou apenas partes do seu corpo de pedra estoicamente de pé. Uma lástima, digo eu.
Obrigado!
O ficheiro vai sendo actualizado. Meti legendas na maioria das imagens, e juntei algumas fotos, tiradas da revista 'Casas de Portugal', que em 2003 foi lá fazer uma reportagem.
Quereis que vos descreva, aqui, como funciona, na forma original, um moinho de vento?
Se quiserdes, é só dezere...
Eu quero... : )
Com todo o gosto Catarina!
(táva a ver que ninguem ía querer...)
;)))
A "coisa" funciona com base no aproveitamento da energia eolica, o que, como todos imaginarão, obriga a que o "chapéu" ou, telhado do "zingarelho" não seja fixo, dado que a direcção dos ventos também se altera, apesar de, relativamente às épocas do ano, se verificar uma certa predominância.
Assim, verificamos com algum assombro a grossura das paredes do moínho e o facto de a estructura se apresentar sempre numa planta circular e cónica.
Agora vamos à forma de transmissão:
Como se pode verificar pelas fotografias, existe um eixo central, junto ao telhado... bom, antes disso, convem referir que todas as peças que compõem o "mecanismo" são fabricadas em madeira e não só, numa única espécie de madeira, mas sim em várias de acordo com o maior ou menor desgaste a que a peça iría estar sujeita. Continuando no eixo, podemos verificar também, que o mesmo se encontra apoiado num ângulo que facilitava a captura do vento nas velas exteriormente presas a varais que encaixavam no prolongamento do veio interior, mas que era constituído por outro mastro, fortemente preso ao eixo interior.
Então, perguntará a minha estimada Catarina: Óh Bartolomeu, então e quando o vento mudava, comé co moleiro fazia?
Ora aí está um celente prégunta minha interessada amiga!
O moleiro tinha de possuír entre outros, conhecimentos de meteorologia, que lhe permitiam prever quer a direcção, quer a intensidade de vento que iría fazer. Um dos sinais mais comuns, eram as núvens, as quais, segundo a direcção o formato, a altura e a velocidade, assim davam indicações precisas ao moleiro-nauta. Não obstante, algumas vezes, se acontecia um repentino golpe de vento, ou uma mudança brusca de direcção, o pobre homem, ter de ir apanhar o "chapéu" do "zingarelho" a "cascos-de-rolha".
Ora bem, se a minha amiga olhar com atenção as fotos do 2º andar do moínho, que o nosso amigo Carlos publicou, vai notar que o remate do topo da parede é em pedra maciça e que na mesma, a espaços, se encontram "chumbadas" argolas de ferro, identicas àquelas que se podem ver nas paredes exteriores e que tinham duas utilidades, prender os muares e prender os brandais das velas.
Contudo, as argolas do interior possuíam outra utilidade, já la vamos...
Essa pedra de remate a que me referi, na sua face superior era escavada, por forma a que nela corressem como se fosse carril de comboio, mas ao inverso, umas rodinhas que suportávam o "chapéu" do moinho.
Então o que é que sucedia?
Bom... por aquelas janelinhas que também se podem ver nas fotos e que eu suspeito, o nosso amigo Carlos mandou ampliar, o moleiro prescutava o céu, e as núvens e depois de calcular a direcção do vento com a máxima precisão possível, destravava o maquinismo que transmitia o movimento do eixo aos ccadernais que accionavam um outro eixo que por sua vez accionavam outros aos quais estavam ligados os eixos das mós (não sei porquê, fiquei com a sensação que meti eixos a mais... mas pronto... depois vou registar a patente) atava uma corda à argola que ele sabia, enrrolava-a ao primeiro eixo que referi e puxava a outra ponta com as mãos. Este movimento fazia com que o "chapéu" rodasse dentro da tal calha na pedra, posicionando como o moleiro pretendia.
Depois, no interior, sempre que havia grão para isso, o moleiro podia moer diferentes espécies em simultâneo, utilizando para isso, diferentes tipos de mós.
Havia ainda a operação de picar as mós, que era um cabo-dos-trabalhos.
Uma mó daquelas é pesadíssima e o moleiro não podia correr o risco de a deixar tombar, sob risco de que se partisse. Então, sempre que era preciso picar a mó, por forma a avivar-lhe o grão da pedra, o moleiro desprendia o eixo central que fazia rodar a mó, introduzia no buraco central (adoro esta imágem) uma trave de madeira que fazia de alavanca e colocava a pedra na vertical, depois, usando novamente a corda e o eixo central, atava a pedra e descia-a até ao piso térreo, pelo interior do moínho, aí colocada, com muito jeitnho, era rodada até ao interior e novamente com a ajuda da tal trave introduzida dentro do buraco central (HMMMM) era tombada lentamente sobre um leito de dois troncos, aí com uma paciência do escafândro e a ferramenta apropriada, o moleiro picava muito certinho a pedra a toda a volta.
Fiuuuuu, já estou cansado!!!
;)))
Muito interessante, Bartolomeu. Aprendi umas coisas! Obrigada. O Carlos, certamente, também se vai deleitar com esta leitura embora perceba muito mais desta engrenagem que eu.
Eu é que te fico agradecido, Catarina, pela disponibilidade de ler este relambório todo...
Em breve conto poder afixar fotos antigas, tiradas num moinho exactamente igual, e que mostra o moleiro a movimentar a mó, a orientar as velas, etc - tudo sozinho!
Entretanto, algumas achegas ao que Bartolomeu escreveu:
O moinho tinha, no cimo, um catavento com uma particularidade:
O seu eixo vertical atravessava o tecto, e havia, por dentro, uma barra horizontal que era a "imagem" da posição exterior.
Era assim que o moleiro sabia, a todo o momento, a direcção do vento (que, por sinal, ali não varia muito).
Além dessa informação "em tempo real", havia uma outra, mais romântica: presas às cordas, havia umas cabacinhas que assobiavam com o andamento das velas... A um ouvido experiente, o som que elas emitiam indicava se elas estavam a andar bem ou mal.
Outra curiosidade:
Os moinhos existentes junto à costa aproveitavam a sabedoria ancestral dos homens do mar, pois muitas vezes os moleiros eram também pescadores (ou pertenciam às mesmas comunidades). Toda a tecnologia das velas, dos ventos, dos mastros e dos nós é comum.
--
Curiosidade final:
Foi com muito gozo que, depois de ter comprado este moinho, vim a trabalhar em centrais eólicas, pela EFACEC (nomeadamente na de Vila do Bispo, com 20 aerogeradores). É que, no essencial, o funcionamento é exactamente o mesmo... A 'grande' diferença é que, nos moinhos, o n.º de velas é par, e nos aerogeradores é ímpar (em geral, 3)
Excelente post que deu origem a descrições e a informações tão curiosas e interessantes.
Aqui fico a aguardar as outras fotos.
As varas actuais (já é o 2.º jogo que ponho) têm uns 10cm de diâmetro.
O moleiro que lá as foi montar usava, no moinho dele (em Torres Vedras), postes telefónicos! Quando aqueles 8 monstros começavam a rodar, metiam medo.
Em tempos que já lá vão, foi escrito um pequeno livro infanto-juvenil 'passado' aqui («O Incrível Professor Capachinho», com ilustrações de José Abrantes).
Tem estado disponível na Internet, em PDF, mas vejo agora que o 'site' está em manutenção.
Poderei enviá-lo por 'mail' a quem me indicar o endereço para
medina.ribeiro@gmail.com
Onde moro, existem 4 moínhos, dois deles, com uma casa adicionada, são alugados ocasionalmente, um não tem qualquer utilização e o outro, por "carolice" do dono, o filho do moleiro, ainda trabalha. Até ha bem pouco tempo, moía o trigo e o senteio que os meus vizinhos da aldeia, cultivavam.
«senteio» Bartolomeu?
só se fôr aí no sítio onde moras, porque no resto país, escreve-se com dois "s", ou seja... ssenteio!
Fico furibundo quando apanho analfabetos pela frente... irra!
O povo só tem que meter mãos à obra em vez de fotografar (sei! é menos pesado).
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