Mais-valias de Lisboa
AS DUAS jovens que, um dia destes, [aqui] se viam a percorrer alegremente os obstáculos da Rua das Portas de Santo Antão, em Lisboa, puderam saborear, um pouco adiante, o famoso Pátio do Tronco, local histórico onde Luís de Camões esteve preso.
Esta imagem (acompanhada por [estas] outras, do túnel de acesso) mostra que houve uma evolução muito positiva em relação à situação anterior - ver [aqui] e [aqui].
Refiro-me ao grafito que se pode ver do lado esquerdo, apelando aos artistas-de-parede para que dêem largas à sua energia.
Nos tempos actuais (em que o turismo é uma arma importante no combate ao endividamento externo), estas mais-valias que Lisboa oferece só não são apreciadas pelos bota-abaixistas.
Refiro-me ao grafito que se pode ver do lado esquerdo, apelando aos artistas-de-parede para que dêem largas à sua energia.
Nos tempos actuais (em que o turismo é uma arma importante no combate ao endividamento externo), estas mais-valias que Lisboa oferece só não são apreciadas pelos bota-abaixistas.
7 Comments:
Lamentável esse estado de coisas. Deponham o presidente da câmara, já!
Catarina,
O chefe da Oposição autárquica chama-se Santana Lopes. Perdeu as eleições para a CML, mas recebeu milhares de votos e foi eleito vereador.
Podemos ler a sua crónica semanal no «Sol», podemos ouvi-lo a comentar futebol ou a intervir nos congressos do PSD. Mas alguém o ouve a falar dos problemas da cidade?
Aliás, os problemas (e a incúria) actuais são exactamente os mesmos de quando ele (ou Carmona Rodrigues) era Presidente da CML.
Nesse aspecto, António Costa pode dormir descansado.
Além disso, a população da cidade é uma população flutuante, de pessoas que não nasceram nem moram nela. Não têm qualquer estima por Lisboa.
A noção de que "com gente desta, não há nada a fazer" é verdadeira.
Moro aqui há mais de 60 anos, e de ano para ano a cidade está cada vez mais caótica e agressiva para quem nela mora, trabalha ou visita.
Só não afixo mais fotos para não saturar.
Devido à distância, por vezes não nos apercebemos – melhor dizendo, eu - o que levou ao estado actual das cidades e vilas (e não só) e nem são visitas curtas de 2 ou 3 dias que nos dão uma panorâmica actualizada do que se passa. Daí nunca ter pensado nessa população flutuante como o Carlos muito bem a ela se refere. Noto, sim, e comparando com outras cidades que conheço, muito desmazelo na manutenção dos edifícios, das ruas, e na limpeza das mesmas. Isso é bastante óbvio e desanimador. Invariavelmente, vê-se uma rua com prédios, moradias mais ou menos cuidadas e entre elas encontra-se uma casa que nem casa já é, umas paredes ou muros, (telhados há muito desaparecidos) quase a desmoronarem-se mas que continuam “em pé” – sabe-se lá como - durante anos e anos . O turismo continua a ser uma grande fonte de receita mas não parece que isso seja o suficiente para que os responsáveis pela boa governação façam alguma coisa para nele capitalizar. Uma pena!
A população residente tem diminuído de ano para ano.
Aos fins-de-semana há zonas inteiras sem ninguém (nomeadamente a Baixa).
De 2ª a 6ª, Lisboa enche-se de gente que chega de manhã, trabalha e vai-se embora.
Só os carros são entre 400 e 500 mil!!! Junte-se, a essa gente toda, a que vem de comboio e de barco.
Ou seja: essa população, que não tem qualquer apego nem amor à cidade, é mais (mas muito mais!) do que a residente.
E que se poderá fazer para atrair mais habitantes? Não é este um dos grandes problemas das grandes cidades? Os casais jovens não têm meios financeiros para comprar moradias no centro da cidade e vão para a periferia ou freguesias próximas. Enquanto que há uns anos a ambição era viver nos grandes centros, agora não. Não só porque o nível de vida é mais caro mas também porque não há mais interesse fazer parte de grandes aglomerados, grandes multidões e viver em áreas de grande movimento. Esta é a minha interpretação. Este ano, passei parte das minhas férias em França. Não só estive em Paris mas visitei muitas cidadezinhas e vilas e fiquei absolutamente encantada com o que vi. Paris, apesar de enorme, continua limpa (por aquilo que observei) e os pequenos aglomerados encantadores. Casas bem tratadas (não me recordo de ver moradias delapidadas), flores a decorar as janelas, as portas, jardins pequenos ou grandes muito bem cuidados. Parecia que a auxiliar das tarefas domésticas e o jardineiro tinham acabado de sair. O Carlos conhecerá a Europa, sem dúvida, melhor que eu e talvez possa confirmar o que estou a afirmar.
Na grande cidade, o mercado de aluguer está praticamente morto (devido à velha lei das rendas). As casas para venda custam fortunas (60.000 contos é um preço normal para casas com mais de 50 anos.
A ideia de que "fora de Lisboa a qualidade de vida é melhor" só é verdade para alguns lugares.
Em geral, os arredores suburbanos são dormitórios, autênticos pesadelos que seguem um movimento pendular oposto ao de Lisboa: de dia estão vazios, e à noite as pessoas fecham-se em casa (pois não há "vida", ou há muita insegurança).
Parece que se tem mesmo que aceitar o “status quo”, Carlos! : )
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