Rapaziadas
AS ÚLTIMAS semanas foram copiosas em demonstrar que Portugal é um país para se levar pouco a sério. Dois rapazolas transformaram-no num terreiro de berlinde, cada um com um abafador que destinará quem venceu. O pior é que ninguém ganha e todos estamos a perder. Um deles possui um sentido circense que legitima todo o faz-de-conta. O outro manifesta uma devoção ingénua pelo poder que, na realidade, não possui. Ambos resultam desse milagre convencional que nos fez reféns de dois partidos desprovidos de grandeza, intelectualmente asténicos e politicamente impostores.
Na verdade, os dois partidos nunca foram grande coisa. Nas paredes das suas sedes estão retratos poéticos daqueles que os dirigiram. Percorremos o olhar por esses rostos líricos e chegamos a conclusões deploráveis. Poucos socialistas e poucos sociais-democratas. (...)
Texto integral [aqui]
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1 Comments:
Subscrevo, mas deixo uma questão: o que dizer dum povo apático e igualmente incapaz cujas intenções de voto oscilam entre um e outro como barco ancorado?
É fácil dizer que temos sido governados por uma súcia de pulhas, mas não somos nós que temos vindo a insistir nestas personalidades bufas? Não é este povinho ignaro, sebastianístico de quinta geração, incapaz de distinguir o trigo do joio, aberto ao deslumbramento da imagem e estatuto, que bebe ansiosamente os bem-falantes e bem-pensantes desta medíocre praça, o culpado pela quase veneração destes trastes?
Pois, que se lixe a realidade, a culpa mora sempre nos outros.
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