24.2.11

História da emigração (Conto)

Por C. Barroco Esperança

DELFINA DE JESUS e Simão Borrego casaram muito novos, no início da década de sessenta. Tinha ela acabado de fazer 18 anos e ele 19. E não foi por haver mouro na costa, que é como quem diz ir ela já prenhe, infâmia de solteira que na aldeia o matrimónio lava ou as facadas de pai ou irmão reparam. Nada disso. Mas também não mereceria o ramo de laranjeira com que se apresentou na Igreja, descaramento murmurado por mulheres vigilantes e amigos do noivo que várias vezes viram desaparecer o casal por trás dumas fragas, enquanto eles se entregavam à prática do pecado solitário, ignorando os riscos da cegueira e da tuberculose com que o Senhor Padre repetidamente os prevenia na confissão e nas homilias. (...)
Texto integral [aqui]

Etiquetas:

3 Comments:

Blogger Bartolomeu said...

Bom pedaço de gramática... só acho que o diálogo do Simão com o seu amigo Ezequiel, na adega deste, não foi fielmente reproduzido.
Aquilo que se passou, e que passo a reproduzir, foi;
-Mas... ò Simão, conta-me cá; tu saíste aqui da aldeia com uma mão atrás e outra à frente, a tua Delfina, um ano depois, quando foi ter contigo lá às Francias, a mesma coisa. E agora, só 4 anos depois, aparecem-nos aqui ricos. Como foi que ganharam tanto dinheiro?
Então Ezequiel... foi fácil... a Delfina, ao chegar a França, tirou a mão da frente, e eu, tirei a mão de trás!

24 de fevereiro de 2011 às 12:01  
Blogger Carlos Esperança said...

Caro Bartolomeu:

O cronista só acrescentou o ponto que devia ao conto que quis contar.

24 de fevereiro de 2011 às 12:53  
Blogger Bartolomeu said...

Nã.. nã... nã... o cronista neste caso, retirou um ponto ao conto, quem lho acrescentou, foi o aprendiz de cronista!
;)))))

24 de fevereiro de 2011 às 14:31  

Enviar um comentário

<< Home