As Universidades em Portugal
Por Maria Filomena Mónica
O QUE TÊM em comum a Universidade de Lisboa, o Observatório Meteorológico da Ajuda e o Censo de 2011? Aparentemente nada. Vale todavia a pena olhar mais de perto. A propósito do Centenário daquela Universidade, o Reitor organizou uma série de «Cem Lições» proferidas por ex-alunos. Composta por meia dúzia de gatos-pingados, entre os quais me encontrava, a assistência revelou o óbvio: em Portugal, não existem Universidades.
Há alguns meses, um médico ordenou-me que andasse 40 minutos por dia. Comecei pela Tapada da Ajuda. Uma vez ali, deparei-me com o Observatório Meteorológico mandado construir, na década de 1850, por D. Pedro V. Faz este mês 150 anos que a primeira pedra foi por ele lançada. Apesar de o interior conter, ao que me dizem, um conjunto fascinante de instrumentos, não pode ser visto. Por outro lado, a beleza do edifício neo-clássico tão pouco estimulou o restauro. Perguntei a quem pertencia. A resposta deixou-me estupefacta: à Universidade de Lisboa. (...)
O QUE TÊM em comum a Universidade de Lisboa, o Observatório Meteorológico da Ajuda e o Censo de 2011? Aparentemente nada. Vale todavia a pena olhar mais de perto. A propósito do Centenário daquela Universidade, o Reitor organizou uma série de «Cem Lições» proferidas por ex-alunos. Composta por meia dúzia de gatos-pingados, entre os quais me encontrava, a assistência revelou o óbvio: em Portugal, não existem Universidades.
Há alguns meses, um médico ordenou-me que andasse 40 minutos por dia. Comecei pela Tapada da Ajuda. Uma vez ali, deparei-me com o Observatório Meteorológico mandado construir, na década de 1850, por D. Pedro V. Faz este mês 150 anos que a primeira pedra foi por ele lançada. Apesar de o interior conter, ao que me dizem, um conjunto fascinante de instrumentos, não pode ser visto. Por outro lado, a beleza do edifício neo-clássico tão pouco estimulou o restauro. Perguntei a quem pertencia. A resposta deixou-me estupefacta: à Universidade de Lisboa. (...)
Texto integral [aqui]
Etiquetas: FM
6 Comments:
Ora, aqui está um olhar muito lúcido sobre o que são e como estão as nossas universidades.
Precisamos quem diga outro tanto sobre a maluqueira em que se transformou o ensino primário, o "menos primário" e o "secundário" (em sentido literal). Ou que a Mª Filomena Mónica insista (insista, insista...) no muito e bem que sobre o assunto já disse.
E fique a saber que me atrevi a escrever algures que, se dependesse de mim, havia de se obrigar (porque suplicar não fazia efeito...) Maria Filomena Mónica a pegar naquele vespeiro que é o ministério da educação.
E não é por acreditar em mulheres providenciais (já nos bastam os homens que assim se julgaram...), nem por lhe querer mal.
Mas gosto de si. Pronto.
Claro que não há, os professores são uns artolas convencidos de ciência, e os alunos, enfim, é a continuação do liceu.
O Observatório não é Meteorológico é Astronómico, é diferente.
José Batista
De facto, para ir para o Ministério da Educação só mesmo à força. Por estranho que pareça, o poder não me atrai. Nem tenho as qualidades que o cargo exige.
--
PAmorim
Tem toda a razão. A idade prega-nos cada uma. Claro que sabia que era Astronómico. Mea culpa. A queixa quanto ao desleixo do património nacional mantém-se
Maria Filomena Mónica:
Estou em crer que as poucas pessoas que poderiam desempenhar bem certos cargos no país não os aceitariam de nenhum modo. E é pena, porque os que estão sempre disponíveis (e ávidos) conduzem-nos às (mais diversas) situações, que todos conhecemos/sofremos...
Deixe ainda que lhe diga: a maior (e mais nobre e mais bela) das qualidades é ter pensamento recto e a hombridade de afirmá-lo.
Obrigado por ter respondido ao meu comentário.
Nem calcula, as felicidades que lhe desejo, por "interesseirismo", devo confessar. É que eu quero, quero muito, que continue a escrever, escrever, escrever...
Ai Filomena...
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