4.3.11

Nada se perde tudo se transforma

Por Ferreira Fernandes

SARKOZY remodelou o Governo e a principal troca foi nos Negócios Estrangeiros, a ministra Alliot-Marie por Alain Juppé. Este já foi primeiro-ministro e Sarkozy apresentou-o agora como "o melhor de nós todos". Considera-se que Juppé será a carta de prestígio para Sarkozy se recandidatar no próximo ano. O que prova que a política é um movimento complexo e não põe carimbos definitivos nas costas dos protagonistas. Há sete anos, Juppé parecia acabado: foi condenado a 14 meses de prisão, com pena suspensa, e a um ano sem cargos públicos. Foi responsabilizado no affaire dos empregos falsos na Câmara de Paris, truque que servia para encher os cofres do partido de que era líder, o RPR. O tribunal reconheceu, porém, que ele próprio não beneficiara da traficância, o que lhe terá valido agora o fim da travessia do deserto, substituindo Alliot-Marie.
Esta, com um escândalo recente: em Dezembro, quando a Tunísia já fervia, ela fez por lá férias e com a imprudência de viajar de favor no jacto privado de um milionário amigo do presidente Ben Ali, que viria a ser deposto. Viagem errada no momento errado. Alliot-Marie é autora do livro O Grande Medo das Classes Médias, escrito em 1996. Era sobre a crise que vinha aí e ia impedir a maioria dos cidadãos de viajar, com excepção, escreveu a agora ex-ministra, "dos raros privilegiados que se passeiam ao longo do ano pelo planeta, se possível em jacto privado...".
«DN» de 4 Mar 11

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2 Comments:

Blogger Bartolomeu said...

Este comentário foi removido pelo autor.

4 de março de 2011 às 16:53  
Blogger R. da Cunha said...

Pela boca norre o peixe.

4 de março de 2011 às 18:31  

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