Aventura
Por João Paulo Guerra
DOS JORNAIS: Até 654 escolas do 1.º ciclo com menos de 21 alunos, poderão fechar no final deste ano, na sequência da reorganização da rede pública feita pelo Ministério da Educação. Eis aqui o País original, verdadeiro País do Carnaval, em que a pasta da Educação tem como função exterminar escolas, promovendo o analfabetismo e a desertificação. Esta é uma cruzada iniciada nos anos da chamada "democracia de sucesso" do professor Cavaco Silva, os anos 80, que como se vê obtiveram como "sucesso" o maior fracasso da democracia em Portugal: a catástrofe nacional da educação. De então para cá, não querendo ficar atrás do grande líder da "democracia de sucesso", todos os governos lhe seguiram os ensinamentos. E neste capítulo, escolas são para encerrar ou, no mínimo ir encerrando. E assim, a actual ministra, depois de encerrar no ano passado sete centenas de escolas descobriu que ainda há seis centenas que resistem. E assim vai a educação: pelo menos enquanto houver escolas para encerrar haverá Ministério.
É sabido que o encerramento de escolas tem sido dos maiores factores de desertificação do País. Pior que o efeito de estufa. Por cada escola que fecha há crianças temporariamente transportadas de camioneta ou de táxi para uma povoação vizinha. Mas aos poucos o que vai acontecendo é a deslocação das famílias para perto dos centros populacionais providos de estabelecimentos básicos de ensino. Os resultados deste "sucesso" estão à vista: mais ignorância, mais betão, mais deserto.
Quando deixar o Ministério, a actual ministra bem pode reescrever "Uma Aventura na Escola", com crianças a apanhar a camioneta para chegar a uma povoação distante, longe da família, e a frequentar um deprimente complexo de betão ou até mesmo de contentores.
«DE» de 1 Mar 11DOS JORNAIS: Até 654 escolas do 1.º ciclo com menos de 21 alunos, poderão fechar no final deste ano, na sequência da reorganização da rede pública feita pelo Ministério da Educação. Eis aqui o País original, verdadeiro País do Carnaval, em que a pasta da Educação tem como função exterminar escolas, promovendo o analfabetismo e a desertificação. Esta é uma cruzada iniciada nos anos da chamada "democracia de sucesso" do professor Cavaco Silva, os anos 80, que como se vê obtiveram como "sucesso" o maior fracasso da democracia em Portugal: a catástrofe nacional da educação. De então para cá, não querendo ficar atrás do grande líder da "democracia de sucesso", todos os governos lhe seguiram os ensinamentos. E neste capítulo, escolas são para encerrar ou, no mínimo ir encerrando. E assim, a actual ministra, depois de encerrar no ano passado sete centenas de escolas descobriu que ainda há seis centenas que resistem. E assim vai a educação: pelo menos enquanto houver escolas para encerrar haverá Ministério.
É sabido que o encerramento de escolas tem sido dos maiores factores de desertificação do País. Pior que o efeito de estufa. Por cada escola que fecha há crianças temporariamente transportadas de camioneta ou de táxi para uma povoação vizinha. Mas aos poucos o que vai acontecendo é a deslocação das famílias para perto dos centros populacionais providos de estabelecimentos básicos de ensino. Os resultados deste "sucesso" estão à vista: mais ignorância, mais betão, mais deserto.
Quando deixar o Ministério, a actual ministra bem pode reescrever "Uma Aventura na Escola", com crianças a apanhar a camioneta para chegar a uma povoação distante, longe da família, e a frequentar um deprimente complexo de betão ou até mesmo de contentores.
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5 Comments:
Ainda há aí alguém do tempo do small is beautiful?
Agora é o tempo do megamega e lá virá os do tera!
Talvez depois alguém volte a achar que não são precisas grandes cantinas, grandes bibliotecas, grandes chatices, para se ser feliz e competente!
..."enquanto houver escolas para encerrar haverá Ministério" ou será que é condição que para (continuar a) haver ministério se vão encerrando as escolas?
E se se encerrasse o ministério, para ver se salvávamos as escolas?
Não sei, não. A coisa não está fácil.
Vão ver... um dia destes, o governo encerra as escolas todas do país e constroi 3 mega-escolas; uma em Viseu, outra em Montemor o Novo e outra em Aljustrel.
Tão a ver, não tão?!
Desculpe, não concordo que tenha sido o fecho das escolas que originou o despovoamento dos pequenos aglomerados, não, não foi isso. Se conhecesse (ponho a hipótese de ser citadino)a economia rural portuguesa e a sua evolução a partir de meados dos anos sessenta (tanto tempo!) identificaria facilmente as principais causas desse despovoamento.
Nos EUA os miúdos são transportados de School Bus para as escolas, não necessariamente perto. É mais barato pagar um autocarro e um motorista do que manter uma escola a funcionar com poucos alunos.
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