Episódio em Abril
Por Baptista-Bastos
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ATRIBUIR a todos nós as culpas da degenerescência da democracia não é, apenas, um disparate: é uma desonestidade intelectual. Todos nós? Sinto instintiva repugnância por quem defende essa tese absurda. Habitualmente, parte daqueles que, de uma forma ou de outra, participaram na redução ou na eliminação da nossa capacidade de agir. De que modo? Obnubilando a nossa aptidão para a reflexão e a análise, através de manipulações várias, em que a imprensa não é a menor responsável. A Igreja, aliás, não está imune a esta mistificação, cada vez mais difícil de hierarquizar. (...)
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1 Comments:
Bem observado. Também me deixou boquiaberto o pesporrente discurso de Sampaio, essa inanidade política, supostamente socialista, que durante dez anos na Presidência perorou largamente sobre as mais variadas vacuidades, com a o propósito e a eficácia que todos puderam comprovar.
Não satisfeito, não perde oportunidade de debitar novas banalidades e, desta feita, completamente a despropósito.
Efectivamente, comparar as responsabilidades dos cidadãos, na conjuntura degradada a que descemos, com as dos protagonistas políticos que desempenharam os mais altos cargos do Estado, ou é brincadeira de mau gosto ou sinal de acentuada degenerescência intelectual.
Se não puderam ou não souberam fazer melhor, agora é tarde para o remediar. Rementam-se a um silêncio discreto, porventura redentor, mas, por favor, poupem-nos a mais discursos inúteis, balofos ou inconsequentes. Basta, pim, pam, pum...Valeria a pena ressuscitar o Almada, nem que fosse só para o ouvir recitar aquela violenta objurgatória.
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