Troca
Por João Paulo Guerra
O DR. FERNANDO Nobre foi, em tempos, um português de coração aberto ao mundo. Onde havia uma desgraça, uma calamidade, lá estava o médico português e a sua equipa a enfrentar perigos e dificuldades inauditas para salvar algumas vidas. Em circunstâncias diferentes, o dr. Fernando Nobre estaria agora no Japão e possivelmente na Costa do Marfim. Como teria estado no Chile, após o terramoto, ou no Golfo do México na sequência dos furacões, no ano passado. Acontece que o fundador e presidente da AMI trocou a sua nobre missão por uma incursão na política. Já anteriormente, tinha feito parte da comissão de apoio à candidatura de Mário Soares à presidência, mandatário do Bloco de Esquerda em eleições europeias. Mas, no ano passado, ao formalizar a candidatura à Presidência da República, Fernando Nobre mergulhou na política e, pelos vistos, gostou. Tanto mais que nas presidenciais considera que obteve uma vitória "tremenda".
A verdade, porém, é que a única vitória de Nobre nas presidenciais foi aprofundar a derrota do candidato do PS. Sendo assim, a candidatura agora anunciada a deputado, e até mesmo a presidente da Assembleia da República nas listas do PSD, não constitui grande surpresa. Outra vitória auto-proclamada foi a dos votos obtidos supostamente confirmarem que "a cidadania está viva". Ora a troca mais recente só dá razão aos que crêem que os votos têm, mais que um valor, um preço para quem os conquista.
Quando aqui há muitos anos, à beira de eleições e com sondagens a darem a vitória ao PSD de Cavaco Silva, Gilberto Madail trocou a lista do PS pela do PSD, o inigualável Carlos Candal sentenciou que se estava perante um caso de "badalhoquice política". O que diria Candal da candidatura de Fernando Nobre como cabeça-de-lista pelo PSD?
«DE» de 12 Abr 11O DR. FERNANDO Nobre foi, em tempos, um português de coração aberto ao mundo. Onde havia uma desgraça, uma calamidade, lá estava o médico português e a sua equipa a enfrentar perigos e dificuldades inauditas para salvar algumas vidas. Em circunstâncias diferentes, o dr. Fernando Nobre estaria agora no Japão e possivelmente na Costa do Marfim. Como teria estado no Chile, após o terramoto, ou no Golfo do México na sequência dos furacões, no ano passado. Acontece que o fundador e presidente da AMI trocou a sua nobre missão por uma incursão na política. Já anteriormente, tinha feito parte da comissão de apoio à candidatura de Mário Soares à presidência, mandatário do Bloco de Esquerda em eleições europeias. Mas, no ano passado, ao formalizar a candidatura à Presidência da República, Fernando Nobre mergulhou na política e, pelos vistos, gostou. Tanto mais que nas presidenciais considera que obteve uma vitória "tremenda".
A verdade, porém, é que a única vitória de Nobre nas presidenciais foi aprofundar a derrota do candidato do PS. Sendo assim, a candidatura agora anunciada a deputado, e até mesmo a presidente da Assembleia da República nas listas do PSD, não constitui grande surpresa. Outra vitória auto-proclamada foi a dos votos obtidos supostamente confirmarem que "a cidadania está viva". Ora a troca mais recente só dá razão aos que crêem que os votos têm, mais que um valor, um preço para quem os conquista.
Quando aqui há muitos anos, à beira de eleições e com sondagens a darem a vitória ao PSD de Cavaco Silva, Gilberto Madail trocou a lista do PS pela do PSD, o inigualável Carlos Candal sentenciou que se estava perante um caso de "badalhoquice política". O que diria Candal da candidatura de Fernando Nobre como cabeça-de-lista pelo PSD?
Etiquetas: autor convidado, JPG
2 Comments:
F. Nobre merecia o meu apreço, pela AMI. Torci o nariz à sua candidatura presidencial e respectiva campanha, não tendo tido o meu voto. Este leilão, a que pelos vistos, como prazer se sujeitou, deixa-me perplexo. Falta de nobreza, escrevi algures.
Digo: "com" e não "como" prazer.
Enviar um comentário
<< Home