E agora?
Por João Paulo Guerra
VÁ LÁ, vá lá que 56% dos portugueses ainda acreditam que o melhor sistema é a democracia.
Há quem faça outra leitura e diga que apenas 56% dos portugueses acreditam. Mas, creio ser lisonjeiro para a democracia que 56% dos portugueses ainda acreditem, apesar dos tratos que a democracia tem levado.
Desde sempre, após a restauração da democracia, primeiro de uma forma envergonhada, depois cada vez com maior descaramento, o "governo do povo" foi tomado de assalto por uma casta política que o foi transformando no governo dos ricos contra os pobres, dos poderosos contra os cidadãos comuns, dos interesses contra os direitos, do interesse privado contra o serviço público, dos exploradores contra os explorados. Se estivesse no programa do Mário Crespo, ele aconselhar-me-ia, neste preciso momento, a mudar as expressões, perguntando se ainda haverá exploradores e explorados. Mas então como é que haveremos de chamar às vítimas do pacote laboral do atual Governo, com mais trabalho, muito menos dinheiro e ainda menos direitos? E como haveremos de chamar aos desempregados sem subsídio de desemprego, aos trabalhadores precários em presente nem futuro, aos reformados com menos reforma e mais gastos na saúde?
Outros indicadores introduzidos na equação serão os 66 por cento dos portugueses que se sentem desprotegidos pelo regime, os 44% descontentes com a qualidade da democracia e a grande percentagem que coloca os movimentos sociais à frente dos partidos políticos na representação popular.
Tudo isto faz crer que os indicadores do estudo sobre a qualidade da democracia não são tão desanimadores quando parecem a uma primeira leitura. A grande questão estará na resposta a uma pergunta que não foi feita: E agora, que fazer?
«DE» de 23 Jan 12VÁ LÁ, vá lá que 56% dos portugueses ainda acreditam que o melhor sistema é a democracia.
Há quem faça outra leitura e diga que apenas 56% dos portugueses acreditam. Mas, creio ser lisonjeiro para a democracia que 56% dos portugueses ainda acreditem, apesar dos tratos que a democracia tem levado.
Desde sempre, após a restauração da democracia, primeiro de uma forma envergonhada, depois cada vez com maior descaramento, o "governo do povo" foi tomado de assalto por uma casta política que o foi transformando no governo dos ricos contra os pobres, dos poderosos contra os cidadãos comuns, dos interesses contra os direitos, do interesse privado contra o serviço público, dos exploradores contra os explorados. Se estivesse no programa do Mário Crespo, ele aconselhar-me-ia, neste preciso momento, a mudar as expressões, perguntando se ainda haverá exploradores e explorados. Mas então como é que haveremos de chamar às vítimas do pacote laboral do atual Governo, com mais trabalho, muito menos dinheiro e ainda menos direitos? E como haveremos de chamar aos desempregados sem subsídio de desemprego, aos trabalhadores precários em presente nem futuro, aos reformados com menos reforma e mais gastos na saúde?
Outros indicadores introduzidos na equação serão os 66 por cento dos portugueses que se sentem desprotegidos pelo regime, os 44% descontentes com a qualidade da democracia e a grande percentagem que coloca os movimentos sociais à frente dos partidos políticos na representação popular.
Tudo isto faz crer que os indicadores do estudo sobre a qualidade da democracia não são tão desanimadores quando parecem a uma primeira leitura. A grande questão estará na resposta a uma pergunta que não foi feita: E agora, que fazer?
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2 Comments:
"E agora, que fazer?"
Talvez, comprar feito, pois fazer, fazer, neste país ninguém faz.
Com a Justiça que temos, quem é que pode supor que vivemos em democracia?
Começar a sairmos da nossa zona de conforto e mandarmos dois gritos: os cobardes costumam amedrontar-se!
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