20.1.12

Famosos portugueses vítimas de um crime

Por Ferreira Fernandes

ANTEONTEM, na Sport TV, diretamente do estádio do Real Madrid, assisti a uma fraude descomunal. Permitam-me um desvio histórico para que percebam a dimensão do crime.
O jazz, nascido em Nova Orleães, subiu pelo Mississípi, desembarcou no estado de Ilinóis e instalou-se na grande cidade, Chicago.
No South Side, bairro onde muitas décadas depois Obama iniciaria sua carreira política, abriu o Savoy Ballroom. A partir de 1926, o programa era assim: Louis Armstrong, Duke Ellington, Ella Fitzgerald e, ao intervalo, os Savoy Big Five. Estes, em vez de trompete, piano e voz, exibiam-se com uma bola de basquetebol. Fintas, afundanços, passes, maravilhas que mereciam os acordes de "Sweet Georgia Brown", que virou hino daqueles artistas da bola (vão ao YouTube, Django Reinhardt toca-o).
Os Savoy Big Five mudaram o nome para Harlem Globetrotters - Harlem, porque eram todos negros, Globetrotters porque passaram a andar pelo mundo.
Naquele tempo os campeonatos sérios de basquete eram só para os brancos e os Globetrotters especializaram-se em tocar jazz com a bola, e de cada vez que jogavam basquete com os brancos humilhavam-nos.
Os Globetrotters nunca entraram em campeonatos. Honesta separação e era aqui que eu queria chegar. Messi, Iniesta, Xavi e Fàbregas, os Barça Big Four, são artistas de jazz que só a incompetência da UEFA permite que joguem em estádios e causem traumatismos psicológicos aos rapazes do futebol.
«DN» de 20 Jan 12
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NOTA (CMR): Apesar de as imagens serem de má qualidade, vale bem a pena ver o vídeo disponível [aqui].

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2 Comments:

Blogger José Batista said...

Pois, e humilham o melhor jogador do mundo e o melhor treinador do mundo, ambos portugueses - duma assentada!
O que para nós é inconcebível.
Já não (nos) bastava a troica!
E o governo que é pior do que a troica - e disso se gaba!
Alguma coisa pior nos podia acontecer?

Tenhamos pois a certeza: um povo que suporta tais violências é um povo heróico. E imortal!

20 de janeiro de 2012 às 22:08  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Insisto no interesse em ver o filme referido em "Nota".

Há lá "cestos" marcados de costas (em várias versões), e até com o pé!

E não são montagens, pois vi-os fazer isso ao vivo, numa das suas vindas a Lisboa.

Curiosidade: actualmente, há várias equipas dos Globetrotters (umas 6) a correr mundo, simultaneamente, com as mesmas habilidades.

21 de janeiro de 2012 às 06:48  

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