Marx, Engels e La Fontaine
Por Ferreira Fernandes
O JORNAL The Wall Street Journal, capitalista como o nome indica, publicou ontem foto do novo líder norte-coreano Kim Jong-un a sair de um carro de assalto e deu título: "O comandante ensaia novos brinquedos." O longo artigo dedicou-se a mostrar que no país subiam as importações de "artigos de luxo."
Depois dos ensaios nucleares de 2006 e 2009, a ONU, além de proibir compra e venda de armas, propôs sanções à venda de artigos de luxo para a Coreia do Norte, de forma a pressionar as elites. Sanções vagas que, se foram eficientes quando o falecido líder Kim Jong-il quis, em 2009, comprar dois iates italianos, não serviram de nada em luxos menos ostensivos.
O artigo do Wall Street Journal preocupava-se por terem quadruplicado os computadores portáveis, desde 2007, e os telemóveis terem saltado em 4200 por cento. É uma preocupação errada. O que me tira o sono é a oficial agência de notícias norte-coreana, a KCNA, noticiar que centenas de corvos esvoaçaram sobre a estátua de Kim Il-sung, o fundador da dinastia comunista, para o avisar de que o filho dele morrera. E que, na morte de Kim Jong-il, dois ursos, mãe e cria, vieram para a estrada "chorar penosamente."
Quanto mais computadores e telemóveis houver em Pyongyang, melhor. É urgente informar um regime com bomba atómica que os corvos não falam com estátuas, nem os ursos leem as páginas de necrologia.
«DN» de 10 Jan 12O JORNAL The Wall Street Journal, capitalista como o nome indica, publicou ontem foto do novo líder norte-coreano Kim Jong-un a sair de um carro de assalto e deu título: "O comandante ensaia novos brinquedos." O longo artigo dedicou-se a mostrar que no país subiam as importações de "artigos de luxo."
Depois dos ensaios nucleares de 2006 e 2009, a ONU, além de proibir compra e venda de armas, propôs sanções à venda de artigos de luxo para a Coreia do Norte, de forma a pressionar as elites. Sanções vagas que, se foram eficientes quando o falecido líder Kim Jong-il quis, em 2009, comprar dois iates italianos, não serviram de nada em luxos menos ostensivos.
O artigo do Wall Street Journal preocupava-se por terem quadruplicado os computadores portáveis, desde 2007, e os telemóveis terem saltado em 4200 por cento. É uma preocupação errada. O que me tira o sono é a oficial agência de notícias norte-coreana, a KCNA, noticiar que centenas de corvos esvoaçaram sobre a estátua de Kim Il-sung, o fundador da dinastia comunista, para o avisar de que o filho dele morrera. E que, na morte de Kim Jong-il, dois ursos, mãe e cria, vieram para a estrada "chorar penosamente."
Quanto mais computadores e telemóveis houver em Pyongyang, melhor. É urgente informar um regime com bomba atómica que os corvos não falam com estátuas, nem os ursos leem as páginas de necrologia.
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