5.3.12

Austeridades

Por João Paulo Guerra

SE TENHO todos os dados bem presentes, como creio, não há ninguém que reclame mais austeridade para Portugal.

O chefe de Estado defende que "é impossível impor mais austeridade" e acrescenta que "é preciso olhar às pessoas". O Presidente reconheceu que o Orçamento para 2013 "não vai ser nada fácil de fazer", sendo que foi facílimo de promulgar.

O primeiro-ministro diz a isto que Governo foi obrigado a aplicar mais medidas de austeridade porque a situação era pior do que dizia o anterior Governo. Em sentido oposto, o líder do partido do Governo anterior considera que a austeridade "em vez de fazer face aos problemas com que o país se defronta, agrava-os". Ou seja, o excesso de austeridade "é uma receita para o disparate", preferindo o PS uma "austeridade inteligente"?.

Na mesma linha, o guru da UGT manifestou-se preocupado em relação à "austeridade excessiva". Já em sede de austeridade "descontrolada" e/ou "selvagem", o próprio ministro das Finanças diz que é contra. O novo secretário-geral da CGTP, olhando de frente para a austeridade não se conteve sem exclamar: "Bem te conheço, ó PEC". Para o Bloco de Esquerda "quem semeia austeridade colhe recessão". Ei-la!

O novo chefe de missão do FMI para Portugal já sentenciou que "cortes e mais cortes não é solução. Não vai funcionar". E o Nobel da Economia 2008 veio a Portugal com a nobre intenção de alertar que "os cortes orçamentais estão a falhar em toda a linha e os PIB estão a piorar em vez de melhorar". O mesmo é dizer "mais austeridade é política destrutiva, só piora as coisas".

Desta vez, os "piegas" não foram tidos nem achados para o inquérito. Ou então foram tidos em conta porém ao colo da pieguice institucional.
«DE» de 5 Mar 12

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1 Comments:

Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Pois... mas esse "Nobel da Economia 2008" também disse que, se dependesse dele, fazia-se exactamente o mesmo que o actual governo tem feito...

5 de março de 2012 às 12:21  

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