4.3.12

Do Allgarve ao All to Douro

Por Ferreira Fernandes

EM 2007, o então ministro Manuel Pinho lançou o projeto Allgarve - promoção da região através de uma nova marca. Com uma letrinha apenas mudava-se o Algarve para "tudo" ou para "todos" (que é o que "all" quer dizer em inglês). Como o projeto tinha patrocínio político, houve violenta campanha contra o nome.
No ano passado, a política tendo mudado, Allgarve acabou. Dele nada se discutiu, se bom, se mau, porque entre nós nada se discute, há é pretextos (no caso, o nome) para defendermos o nosso clube. Daí o chinfrim contra Allgarve, quando, de facto, era contra o Governo que o patrocinava.
Eu não gostava de Allgarve mas preferia tê-lo visto cair com argumentos, não com chicana.
Agora, treze empresários nortenhos ligados ao turismo douriense lançaram o projeto "All to Douro", outra corruptela do nome de uma região portuguesa, Alto Douro. São privados, podem inventar as marcas que quiserem, mas receio que não tenham sorte. O que oferecem - o rio, as quintas, os socalcos, a bôla de Lamego, o vinho... - tem tudo o que os turistas procuram de autêntico, de altoduriense, e está nos antípodas da inventada marca vulgarmente cosmopolita.
Essa ideia de que o turista quer facilidades já foi desmentida por uma pobre aldeia galesa. Chamava-se Llanfair Pwllgwyngyll, e era desconhecida. Passou a chamar-se Llanfairpwllgwyngyll-gogerychwyrndrobwllllantysiliogogogoch, o mais longo nome do Reino Unido, e encheu-se de turistas.
«DN» de 4 Mar 12

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