Uma Gralha na Varanda - Preços de abrir a boca
Por Antunes Ferreira
PREÇOS são preços aqui e na Moita (se ainda me consigo lembrar onde fica esta última, pois, como tenho dito, por cá é outra loiça). Antes de continuar este arrazoado, uma anotação preliminar: um euro são 65 rupias, mais coisa, menos coisa, dado que a cotação da moeda europeia parece montanha russa, ou quase, e o câmbio sobe e desce de dia para dia. Inconstante como mulher, que me desculpem as donas.
Goa não está cara – para nós. Quem cá vive não é da mesma opinião, o que é evidente quando se tenta fazer a análise dos preços, comparando-os naturalmente com os salários. É assim por todo este desgraçado Mundo, por que bulas não havia de ser por cá? Comece-se pelo rendimento mensal. Aqui um bom salário roda as 25/30 mil rupias mensais; um médio fica-se entre as 10 mil e as 15 mil. E há um salário mínimo: mil rupias. Todos mensais e 12 meses por ano. E, tanto quanto me apercebo, o dr. Vítor Gaspar não passou por cá.
A disparidade no que concerne aos preços é muito grande. Uma boa parte dos produtos de consumo são estipulados pelo Estado. Por isso, as respectivas embalagens mencionam o preço do seu conteúdo, impresso nos respectivos rótulos. Outros obviamente não têm essa obrigatoriedade. Mas respeitam um preço mais ou menos com margens de limite não muito «distantes». E surgem coisas curiosas.
Por exemplo, os jornais diários, polícromos, com suplementos diversos, incluindo reportagens do jet set, e com estrelas (lindíssimas) do cinema e da televisão, com páginas de economia e de desporto, bem feitos. Custam… três rupias. Um pão do tipo carcaça vai às duas rupias. Um litro de leite, em tetra pak chega às 20 rupias. E o bilhete do autocarro directo entre Mapusa e Pangim, só lugares sentados, é caríssimo: dez rupias, mais uma de taxa não sei de quê. A enormidade de 11 rupias, para 16 quilómetros.
E a gasolina é cara aqui para Goa – para a Índia – 53 rupias o litro. E os restantes combustíveis também não se afastam muito. É estranho que, tendo tais preços, as ruas e as estradas e as pontes e as praças e os etcs. estejam pejadas de automóveis, desde os Mercedes até aos Marti Suzuki, passando pelos Tata, Fiat, Toyota, Ford, e hoje em dia Volkswagen e Skoda, cuja fábrica, enorme, fica junto à cidade de Pune. E quem dirigiu a respectiva instalação e agora a dirige é uma engenheira mecânica portuguesa, nossa Amiga, a Isabel Franco do Carmo, que eu conheço desde os seus dezasseis anos.
Aliás, o ditado que diz que o Mundo cabe na palma da mão é absolutamente verdadeiro. A mãe da Isabel, a Lena, goesa, foi colega da Raquel na escola e no liceu e o pai, José Pedro, foi «meu» capitão em Infantaria 1. E só no regimento é que descobrimos, em conversa, que as nossas mulheres se conheciam desde miúdas. Pormenores interessantes que dizem bem que as coincidências ainda não são coisas em vias de extinção. Por enquanto.
A praia já lá ficou, linda, com a sua areia fina e doirada, com o seu Índico a 28º porque subiu a temperatura e, logo, cresceu também a da água do mar. E, por preços, os seis dias que lá passámos não foram muito caros. Instalámo-nos num apartamento dum primo direito da Raquel, o Francisco que é padre na Austrália, e que o comprou para vir passar férias. Numa urbanização com um ano de existência, rodeada de jardins, com piscina e essas coisas. Um destes dias, vamos lá voltar, para mais uma estada. É excelente e convidativo, dois quartos, das casas de banho, uma sala de visitas e de jantar, cozinha moderna; voltaremos, pois: à borla e com ar condicionado e tudo.
PREÇOS são preços aqui e na Moita (se ainda me consigo lembrar onde fica esta última, pois, como tenho dito, por cá é outra loiça). Antes de continuar este arrazoado, uma anotação preliminar: um euro são 65 rupias, mais coisa, menos coisa, dado que a cotação da moeda europeia parece montanha russa, ou quase, e o câmbio sobe e desce de dia para dia. Inconstante como mulher, que me desculpem as donas.
Goa não está cara – para nós. Quem cá vive não é da mesma opinião, o que é evidente quando se tenta fazer a análise dos preços, comparando-os naturalmente com os salários. É assim por todo este desgraçado Mundo, por que bulas não havia de ser por cá? Comece-se pelo rendimento mensal. Aqui um bom salário roda as 25/30 mil rupias mensais; um médio fica-se entre as 10 mil e as 15 mil. E há um salário mínimo: mil rupias. Todos mensais e 12 meses por ano. E, tanto quanto me apercebo, o dr. Vítor Gaspar não passou por cá.
A disparidade no que concerne aos preços é muito grande. Uma boa parte dos produtos de consumo são estipulados pelo Estado. Por isso, as respectivas embalagens mencionam o preço do seu conteúdo, impresso nos respectivos rótulos. Outros obviamente não têm essa obrigatoriedade. Mas respeitam um preço mais ou menos com margens de limite não muito «distantes». E surgem coisas curiosas.
Por exemplo, os jornais diários, polícromos, com suplementos diversos, incluindo reportagens do jet set, e com estrelas (lindíssimas) do cinema e da televisão, com páginas de economia e de desporto, bem feitos. Custam… três rupias. Um pão do tipo carcaça vai às duas rupias. Um litro de leite, em tetra pak chega às 20 rupias. E o bilhete do autocarro directo entre Mapusa e Pangim, só lugares sentados, é caríssimo: dez rupias, mais uma de taxa não sei de quê. A enormidade de 11 rupias, para 16 quilómetros.
E a gasolina é cara aqui para Goa – para a Índia – 53 rupias o litro. E os restantes combustíveis também não se afastam muito. É estranho que, tendo tais preços, as ruas e as estradas e as pontes e as praças e os etcs. estejam pejadas de automóveis, desde os Mercedes até aos Marti Suzuki, passando pelos Tata, Fiat, Toyota, Ford, e hoje em dia Volkswagen e Skoda, cuja fábrica, enorme, fica junto à cidade de Pune. E quem dirigiu a respectiva instalação e agora a dirige é uma engenheira mecânica portuguesa, nossa Amiga, a Isabel Franco do Carmo, que eu conheço desde os seus dezasseis anos.
Aliás, o ditado que diz que o Mundo cabe na palma da mão é absolutamente verdadeiro. A mãe da Isabel, a Lena, goesa, foi colega da Raquel na escola e no liceu e o pai, José Pedro, foi «meu» capitão em Infantaria 1. E só no regimento é que descobrimos, em conversa, que as nossas mulheres se conheciam desde miúdas. Pormenores interessantes que dizem bem que as coincidências ainda não são coisas em vias de extinção. Por enquanto.
A praia já lá ficou, linda, com a sua areia fina e doirada, com o seu Índico a 28º porque subiu a temperatura e, logo, cresceu também a da água do mar. E, por preços, os seis dias que lá passámos não foram muito caros. Instalámo-nos num apartamento dum primo direito da Raquel, o Francisco que é padre na Austrália, e que o comprou para vir passar férias. Numa urbanização com um ano de existência, rodeada de jardins, com piscina e essas coisas. Um destes dias, vamos lá voltar, para mais uma estada. É excelente e convidativo, dois quartos, das casas de banho, uma sala de visitas e de jantar, cozinha moderna; voltaremos, pois: à borla e com ar condicionado e tudo.
Etiquetas: AF
1 Comments:
Caro Antunes Ferreira:
Não sei se me hei-de (hei de, agora é hei de) ir queixar de si ou não. Pondero a coisa.
Talvez... à "troika", que é entidade que arrepia.
Então, o senhor põe-se a falar do que se pode fazer/comprar em Goa com algumas rupias? Isso faz-se?
E deixou-me para aqui a fazer conversões... Sim senhor! Por cá, estamos bem arranjados, estamos!
Fico cheio de "saudades" de Goa, onde nunca fui. Nem próximo.
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