Guerra, aviões e asas cortadas
Por Ferreira Fernandes
A ARGENTINA é um país que os ingleses entendem mal. Só isso justifica que o ministro da Defesa inglês tenha dito (veio ontem no Times, de Londres), em pleno 30º aniversário da Guerra das Malvinas, que a Grã-Bretanha "bateria a Argentina numa nova guerra." E, como para espicaçar mais, mediu as pilinhas: "eles" não compram aviões há 40 anos e "nós" temos os Typhoons, os mais modernos dos caças...
Não me vou demorar no assunto, mas aproveito o sujeito, a Argentina. Aí (veio ontem no La Nación, de Buenos Aires), saiu uma lei que não proíbe mas complica muito a compra de livros e revistas on-line. Quem encomenda na Amazon, tem de ir ao aeroporto levantar o livro (por exemplo, em Buenos Aires é fazer 35 kms de ida) e pagar 50 euros que correspondem ao exame para saber se as tintas do livro não têm... chumbo a mais - exame, o tanas, simples pretexto protecionista.
Ora, livros na Argentina não são artigos de luxo. Na pátria de Borges e Bioy Casares, as livrarias ficam abertas até à meia-noite e, se querem saber o que é uma livraria, ide ao Google, metam "El Ateneo, Buenos Aires", e espantai-vos.
O que eu quero dizer, é o seguinte: se mesmo num conflito enterrado, há, de um lado, um ministro da Defesa que fala como se fosse do Ataque, e, do outro, amantes de livros que tiram asas aos livros, é de assustar.
«DN» de 30 Mar 12
A ARGENTINA é um país que os ingleses entendem mal. Só isso justifica que o ministro da Defesa inglês tenha dito (veio ontem no Times, de Londres), em pleno 30º aniversário da Guerra das Malvinas, que a Grã-Bretanha "bateria a Argentina numa nova guerra." E, como para espicaçar mais, mediu as pilinhas: "eles" não compram aviões há 40 anos e "nós" temos os Typhoons, os mais modernos dos caças...
Não me vou demorar no assunto, mas aproveito o sujeito, a Argentina. Aí (veio ontem no La Nación, de Buenos Aires), saiu uma lei que não proíbe mas complica muito a compra de livros e revistas on-line. Quem encomenda na Amazon, tem de ir ao aeroporto levantar o livro (por exemplo, em Buenos Aires é fazer 35 kms de ida) e pagar 50 euros que correspondem ao exame para saber se as tintas do livro não têm... chumbo a mais - exame, o tanas, simples pretexto protecionista.
Ora, livros na Argentina não são artigos de luxo. Na pátria de Borges e Bioy Casares, as livrarias ficam abertas até à meia-noite e, se querem saber o que é uma livraria, ide ao Google, metam "El Ateneo, Buenos Aires", e espantai-vos.
O que eu quero dizer, é o seguinte: se mesmo num conflito enterrado, há, de um lado, um ministro da Defesa que fala como se fosse do Ataque, e, do outro, amantes de livros que tiram asas aos livros, é de assustar.
«DN» de 30 Mar 12
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