Vergonha
Por João Paulo Guerra
COM FREQUÊNCIA, os portugueses são surpreendidos pelo anúncio do encerramento de mais algumas escolas ou de algum hospital, posto de saúde ou maternidade.
Num país funcionalmente iletrado e com a saúde muito abalada, tais notícias surpreendem, não tanto pela política de destruição, empreendida com particular sanha de há duas décadas para cá. O que surpreende é que ainda haja alguma coisa mais para fechar, entre estabelecimentos e equipamentos que significaram alguma qualidade e dignidade de vida para os portugueses.
A ordem geral é para fechar o País. Começou nos anos 90 e não mais parou. No caso das maternidades, a fúria de encerrar criou mesmo novas estirpes de portugueses, os naturais de Badajoz e os de Ambulância. Em geral, ao anúncio do encerramento de um ou mais estabelecimentos de ensino ou saúde seguem-se algumas ações de protesto. Mas passada a tempestade vem a bonança, como se habituaram a dizer os fautores de tempestades sociais. Depois tudo regressa à paz dos cemitérios. E ninguém mais faz contas ao que se perdeu e sobre quem ganhou.
A maior parte dos estabelecimentos encerrados terá sido vendida a preços de saldo para iniciativas privadas locais. Mas esse não será certamente o destino de áreas imensas e altissimamente valorizadas, de Lisboa como do Porto, que despertaram o apetite dos interesses e da especulação.
E assim, só daqui por uns anos, quem circular em Lisboa nas imediações do perímetro entre as ruas Viriato, Latino Coelho e Pinheiro Chagas vai possivelmente compreender, enfim, a decisão de encerrar a Maternidade Alfredo da Costa, onde o Estado investiu milhões em obras de beneficiação.
Quando era o PS a fechar maternidades, o líder do PSD comentava: "É uma vergonha".
«DE» de 11 Abr 12COM FREQUÊNCIA, os portugueses são surpreendidos pelo anúncio do encerramento de mais algumas escolas ou de algum hospital, posto de saúde ou maternidade.
Num país funcionalmente iletrado e com a saúde muito abalada, tais notícias surpreendem, não tanto pela política de destruição, empreendida com particular sanha de há duas décadas para cá. O que surpreende é que ainda haja alguma coisa mais para fechar, entre estabelecimentos e equipamentos que significaram alguma qualidade e dignidade de vida para os portugueses.
A ordem geral é para fechar o País. Começou nos anos 90 e não mais parou. No caso das maternidades, a fúria de encerrar criou mesmo novas estirpes de portugueses, os naturais de Badajoz e os de Ambulância. Em geral, ao anúncio do encerramento de um ou mais estabelecimentos de ensino ou saúde seguem-se algumas ações de protesto. Mas passada a tempestade vem a bonança, como se habituaram a dizer os fautores de tempestades sociais. Depois tudo regressa à paz dos cemitérios. E ninguém mais faz contas ao que se perdeu e sobre quem ganhou.
A maior parte dos estabelecimentos encerrados terá sido vendida a preços de saldo para iniciativas privadas locais. Mas esse não será certamente o destino de áreas imensas e altissimamente valorizadas, de Lisboa como do Porto, que despertaram o apetite dos interesses e da especulação.
E assim, só daqui por uns anos, quem circular em Lisboa nas imediações do perímetro entre as ruas Viriato, Latino Coelho e Pinheiro Chagas vai possivelmente compreender, enfim, a decisão de encerrar a Maternidade Alfredo da Costa, onde o Estado investiu milhões em obras de beneficiação.
Quando era o PS a fechar maternidades, o líder do PSD comentava: "É uma vergonha".
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