2.6.12

O Cheiro do Jasmim

Por Alice Vieira 

ERA SEMPRE a mesma coisa, estava pior que os cãezinhos de Pavlov, e já tinha tido mais que tempo de se esquecer de tudo isso.
Toda a gente morta há já um ror de anos, e ela sempre a lembrar-se do mesmo.
A rapariga a deitar-lhe o chá na chávena e ela, mesmo sem querer, a recusar, “não, jasmim não!”
É por isso que lá em casa as pessoas dizem que ela é alérgica ao jasmim, coisa que a nora, vegetariana de nascença, não entende e, nos primeiros anos de pertencer à família, ainda protestava “ nunca vi ninguém alérgico ao jasmim!”.Como ninguém nunca lhe respondeu, acabou por desistir. Mas, ao fim destes anos todos, ainda a olha com desconfiança, e abana a cabeça de cada vez que entram num restaurante chinês e ela recusa o chá. (...) 
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