Prognóstico antes dos jogos
SEGUNDO
algumas sábias e televisivas vozes que sabem mais do que eu sobre
4-2-3-1 e outras táticas, a França, a Alemanha, a Inglaterra, a Espanha e
a Itália arriscam-se "naturalmente" a chegar à final. Vozes que sobre a
equipa portuguesa, népias! Felizmente isto passou-se por estes dias,
quer dizer, apanhou-me já com a experiência de dois, três anos, a ouvir
sábios que também sabiam mais do que eu sobre credit default swaps. Ora
sobre estes últimos especialistas eu dei-me conta de que sabendo eles
muito e afirmando mais, e sempre perentórios, tinham as mesmas soluções
que eu: nenhuma. Aprendi, pois, a não me deixar humilhar pelos experts: o
assunto (finanças e, sobretudo, finanças em crise) é de tal maneira
complexo que a ignorância é geral.
Essa experiência libertou-me no outro
assunto, o futebol (cuja ciência maior é a simplicidade), e não me
deixo iludir pelos respetivos especialistas, também muito perentórios.
Daí que não me impressionem a facilidade com que eles chegam à "natural"
ida dos outros à final e o silêncio com que calam a hipótese
portuguesa.
Eu vejo um Pepe patrão e o colega ao lado de confiar,
Coentrão a cavalgar, um trio eficaz de médios, Nani a amansar a bola e o
brilho de Cristiano e dá-me ganas de Garcia de Orta (esse, sábio a
sério): "Não me contradigam textos de autor aquilo que eu vi com os
meus olhos." Com os meus olhos, Portugal está na final. Se não estiver,
espanto-me, e não o contrário.
«DN» de 21 Jun 12 Etiquetas: autor convidado, F.F
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home