Uma lei bela como golo nosso
ARRUMADAS
que ficaram as coisas ontem - do euro (Grécia e França com governos
para governarem) e do Euro (Portugal seguindo) -, passemos a outro
assunto. Talvez menos mediático que os atrás citados, mas ao contrário
desses, que só ficam arrumados até ver (aos governos grego e francês
ainda lhes falta quase tudo, tal como à equipa portuguesa), o assunto
que aqui trago é essencial e histórico - moral.
Conhecem vagabundos nas
ruas de São Miguel, Açores, que falam americano entre si e carregam os
olhares mais perdidos de Portugal? Sim, desses miseráveis sem casa e,
sobretudo, sem home, o lar, a sua rua, os seus, de que foram
desapossados pela estupidez da lei. Chamam-lhes repatriados, que é
palavra errada porque eles foram é desapossados da sua pátria, a
América, onde chegaram bebés ou ganapos, andaram nas escolas de Fall
River ou New Bedford, esqueceram-se de pedir a papelada americana e aos
18, apanhados a conduzir sem carta um Chevy, descobriram-se estrangeiros
e foram expulsos para umas ilhas do outro mundo. Sem retorno.
Pois
Obama acaba de fazer uma lei digna de um país de imigrantes: quem chegou
à América criança não pode ser deportado. Claro, os direitolas vão
atirar-se a Obama. Tal como os esquerdalhos nunca perceberam como foi um
republicano e conservador, o general Eisenhower, que acabou com a
segregação racial nas escolas. Obama e Eisenhower, esses, perceberam que
a política é moral ou não é.
«DN» de 18 Jun 12 Etiquetas: autor convidado, F.F
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