3.9.12

Uma ideia à Futre

Por Ferreira Fernandes
SE NA GRANDE Depressão de 1929 os milionários americanos se atiravam das janelas dos arranha-céus, agora são os chineses que nos caem em cima. 
Na Borgonha, região de vinhos francesa, um castelo foi comprado por um sócio de Stanley Ho, de Macau. Vários produtores locais juntaram-se para comprar dois hectares de vinha de um château em Gevrey-Chambertin mas Louis Ng Chi Sing, dono do macaense hotel Grand Lisboa, propôs irrecusáveis 8 milhões de euros. Ficou sendo o segundo chinês com propriedade na Borgonha e juntou-se aos já 20 milionários chineses que compraram marcas de vinhos na região de Bordéus. O jornal Le Monde noticiou e convidou Denis Saverot, diretor de La Revue du Vin de France, a explicar o fenómeno. Saverot diz que o tal castelo vendido produzia um vinho só razoável, o importante era o nome da aldeia vizinha, Gevrey-Chambertin, denominação de um dos mais prestigiados bourgognes
Já em Bordéus os chineses tinham comprado duas propriedades de vinho vulgar, Latour-Laguens e Lafite-Chenu, mas com nomes que contêm marcas míticas, Latour e Lafite. Como a liberal lei chinesa permite que se venda com denominações geográficas vinhos de outra origem, o especialista francês receia que venham a aparecer no mercado demasiados "Gevrey-Chambertin", "Latour" e "Lafite"... 
Isto é uma ideia à Futre, mas quem tem terrenos baldios em Porto de Mós e Porto Salvo devia lembrar aos chineses que a palavra mítica "Porto" está lá.
«DN» de 3 Set 12

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1 Comments:

Blogger Rantanplan said...

Aí está uma ideia para empreendedores: plantar vinha em Porto Santo

3 de setembro de 2012 às 11:11  

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