In God We Trust (em Deus confiamos)
Por Ferreira Fernandes
A
EQUIPA republicana, Mitt Romney e Paul Ryan, foi formalizada ontem, e a
recondução da democrata, Barack Obama e Joe Biden, será feita na
próxima semana. São dois tickets (como se chama a cada lista com o par
de candidatos) que trazem factos inéditos numa questão, a religiosa, que
os americanos não costumam desligar da política. Ambos candidatos a
"vice" são católicos (Biden e Ryan), um candidato a presidente é mórmon
(Romney) e só um (Obama) entre os quatro, sendo evangélico, pertence ao
ramo religioso dos protestantes.
Todos esses três factos, haver nos dois
tickets dois católicos, um mórmon e um único protestante, são novidade.
É mais uma confirmação de que a América, em tantas coisas conservadora,
se move.
Longe vai 1928, quando o primeiro católico nomeado por um dos
dois grandes partidos, o democrata Al Smith, foi derrotado por uma
campanha a que bastou sugerir que ele recebia bilhetinhos do Papa a dar
as diretivas...
Mas, evidentemente, a mais interessante das ilações a
tirar da estatística religiosa das próximas presidenciais americanas
concentra-se em Obama. Temos então nele a exclusividade de representar o
mais poderoso grupo religioso dos Estados Unidos, os protestantes -
desde a fundação do país só o católico John Kennedy, 1960, quebrou a
norma do presidente ser protestante. Fica a ironia do único
representante protestante estar sob a suspeita pelos protestantes mais
extremistas de ser muçulmano.
«DN» de 30 Ago 12 Etiquetas: autor convidado, F.F
1 Comments:
Ter um ateu (ou agnóstico) como candiddato é que não parece ser possível.
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