30.8.12

In God We Trust (em Deus confiamos)

Por Ferreira Fernandes
A EQUIPA republicana, Mitt Romney e Paul Ryan, foi formalizada ontem, e a recondução da democrata, Barack Obama e Joe Biden, será feita na próxima semana. São dois tickets (como se chama a cada lista com o par de candidatos) que trazem factos inéditos numa questão, a religiosa, que os americanos não costumam desligar da política. Ambos candidatos a "vice" são católicos (Biden e Ryan), um candidato a presidente é mórmon (Romney) e só um (Obama) entre os quatro, sendo evangélico, pertence ao ramo religioso dos protestantes. 
Todos esses três factos, haver nos dois tickets dois católicos, um mórmon e um único protestante, são novidade. É mais uma confirmação de que a América, em tantas coisas conservadora, se move. 
Longe vai 1928, quando o primeiro católico nomeado por um dos dois grandes partidos, o democrata Al Smith, foi derrotado por uma campanha a que bastou sugerir que ele recebia bilhetinhos do Papa a dar as diretivas... 
Mas, evidentemente, a mais interessante das ilações a tirar da estatística religiosa das próximas presidenciais americanas concentra-se em Obama. Temos então nele a exclusividade de representar o mais poderoso grupo religioso dos Estados Unidos, os protestantes - desde a fundação do país só o católico John Kennedy, 1960, quebrou a norma do presidente ser protestante. Fica a ironia do único representante protestante estar sob a suspeita pelos protestantes mais extremistas de ser muçulmano. 
«DN» de 30 Ago 12

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1 Comments:

Blogger rui said...

Ter um ateu (ou agnóstico) como candiddato é que não parece ser possível.

30 de agosto de 2012 às 15:00  

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