Afinal, somos só aldrabões
Por Ferreira Fernandes
SOUBE-SE,
ontem, da catástrofe, pior que o Terramoto de Lisboa (10 mil mortos):
em dois anos, desapareceram 134 mil filhos em Portugal! Dados como
cidadãos em 2009, desapareceram 104 mil, em 2010, e 30 mil, em 2011.
Assim, sem dizer água vai, nem foto "Desaparecido" nos vidros dos
supermercados... Uma tragédia enorme e misteriosa. Teremos abatido uma
geração, como Herodes? 134 mil é muita gente, é Viseu a desaparecer três
vezes.
A confirmar-se, em matéria de desaparecimentos o triângulo das
Bermudas seria uma brincadeira comparado com o buraco negro do Fisco,
onde os infelizes foram vistos pela última vez. Fisco? Eu disse Fisco?
Sim, os 134 mil estavam nas declarações de impostos dos pais, em 2009,
e, depois, desapareceram, quando passou a ser obrigatório o número de
identificação fiscal dos filhos nas declarações do IRS. Então, querem
ver que...? Sim, há que considerar a hipótese dos 134 mil serem filhos
fantasmas, inventados, concebidos só para sacar benefícios, de 190 a 380
euros, e, quando passou a haver controlo, foram abatidos.
Metaforicamente abatidos, apagados nas declarações. Não houve
holocausto, só aldrabice de papelada.
Uff, fico tranquilo! Embora, como
hoje em dia são sempre os alemães a julgar, não sei se, sendo só
aldrabões, não ficamos ainda mais mal vistos.
«DN» de 29 Ago 12 Etiquetas: autor convidado, F.F
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