Raridade: duas boas notícias
NÃO se pode viver sempre com todas as setas a apontar para "beco". Ontem,
porém, algumas abertas.
O Presidente francês deu uma entrevista a seis grandes
jornais europeus e disse que há que oferecer aos homens e às nações uma
perspetiva que não seja só a da austeridade. Hollande referiu-se explicitamente
aos "espanhóis e portugueses." Claro que a entrevista não nos tirará de beco
algum, mas só ouvir uma verdade simples de um poderoso, anima. Haja um
Presidente que o faça.
Outra aberta veio de Álvaro Santos Pereira, que
apresentou ontem algumas medidas. Que um governante, nestes dias de marasmo,
mexa também anima. Dizer "o médico está a chegar!" não cura ninguém, mas só
dizê-lo dá esperança para esperar a cura. O importante é que no pacote das
medidas não seja tudo fútil, nem a isso soe. Ora, não sendo eu entendido na
matéria, parece-me haver mérito pelo menos numa. Pelos vistos, até agora, as
empresas passando fatura viam-se obrigadas a pagar o IVA ao Estado em data que
poderia ser anterior à de receber dos clientes. As grandes empresas certamente
tinham mecanismos de pressão para apressar esse desfasamento, mas calculo que
esse fosse um problema sério para as pequenas e médias empresas. A partir de
agora, é o recebimento e não a fatura que obriga a entrega do IVA ao Estado.
Assinale-se o avanço. Não sei se grande ou pequeno, mas nos tempos que correm
todo o avanço é refrescante.
«DN» de 18 Out 12 Etiquetas: autor convidado, F.F
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