21.10.12

Uma Clara Tendência

Por Joaquim Letria
A EUROPA nem disfarça: assistimos à maior crise de integração europeia de sempre. Mas também parece haver cada vez menos gente preocupada com isso, se atentarmos nos anseios pelo regresso às moedas nacionais, se prestarmos atenção à desilusão perante a crise económica e financeira e, principalmente, aos desejos de desintegração que muitos estados europeus claramente manifestam.
A Escócia vai decidir em 2014 se passa a estado independente, apesar de ser um partido independentista que hoje a governa, gozando de apreciável autonomia, com parlamento próprio.
Na Catalunha sucede a mesma coisa, mas os catalães não estão satisfeitos e querem mais, embora as consequências da separação catalã do Estado espanhol possam ser mais sérias, desde logo porque também o País Basco viria logo atrás e a Galiza não se faria esperar.
Na Bélgica, os flamengos querem separar-se dos valões (francófonos). Na Itália um partido defende a separação do Sul, que despreza, do Norte, criando aqui uma nova nação, a Padânia. Os nacionalistas da Córsega também não fazem a vida fácil à França. Isto para ficarmos pela União Europeia, porque se formos à Europa que antes foi parte integrante da União Soviética, encontramos muitas mais e igualmente complexas questões.
Não deixa de fazer-nos pensar que quando a integração europeia sofre a sua maior crise de sempre, a tendência para a desintegração se manifeste tão fortemente em tantos Estados europeus, revelando aquilo que se pode tomar por uma clara e séria tendência.
NOTA (CMR): estas crónicas de JL, escritas para o Sorumbático, podem também ser lidas no seu blogue A Mosca Varejeira - [aqui].
 

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1 Comments:

Blogger José Batista said...

Clara, séria e... perigosa.
A Europa caminha para novas guerras?
Agora que até lhe atribuíram o nobel da paz, quem sabe se com receio disso...

21 de outubro de 2012 às 22:21  

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