Corações de pedra
Por Alfredo Barroso
1 - Em períodos de crise tão profunda e tão grave como esta
que estamos a viver, não devemos ignorar as lições da História, por mais
excessivas que possam parecer as comparações (que vou fazer) entre figuras e
factos actuais e pretéritos. Porque a História pode sempre repetir-se, quer
como farsa quer como tragédia.
Por exemplo, ao ouvir a
chanceler Angela Merkel reclamar mais cinco anos de austeridade à Europa em
crise, insinuou-se no meu espírito a comparação entre o seu fanático ministro
das Finanças, Wolfgang Schäuble, e o general fascista Millán Astray, galego, mutilado
de guerra e legionário ao serviço de Franco, que proferiu, em 12 de Outubro de
1936, durante a comemoração do Dia da Raça na Universidade de Salamanca, o
grito irracional e obsceno: «Muera la inteligência! Viva la muerte!». (...)
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