17.11.12

O jeito que dão certos inimigos

Por Ferreira Fernandes
PINTO da Costa está para Paulo Bento como o chefe dos atiradores de pedras está para o Governo: um amigalhaço. Não que o Jorge Nuno e o Bento, por um lado, o "Calhau" e o Passos, por outro, almocem juntos às escondidas e se riam dos lorpas que somos por os julgar desavindos. Não, cada dueto das respetivas parelhas é sincero, não se grama mesmo entre si. Mas o facto, não as intenções, é que a melhor declaração pública, desde há meses, de um membro do Governo aconteceu esta semana com o ministro Miguel Macedo. Este pôde defender os seus polícias (que durante hora e meia os portugueses viram ser agredidos) e até aproveitou a maré para mostrar sentido de Estado ao elogiar o comportamento ordeiro da CGTP. E quem permitiu esse brilharete de um ministro, quem foi? Os encapuzados, lançadores de calhaus. 
Noutro desporto, aconteceu esta semana a mesma bizarra aliança. Estava o treinador nacional de futebol mais uma vez demonstrado incompetente - agora, até o Gabão! - e veio Pinto da Costa salvá-lo, lançando-lhe não pedras mas farpas: que Paulo Bento lhe tinha cansado os jogadores do FC Porto. Evidentemente, Paulo Bento agradeceu a oportunidade e apressou-se a explicar tudo sobre ter levado Moutinho e Varela à África. Bendita necessidade de explicação: assim, Paulo Bento não foi obrigado a falar da cada vez maior probabilidade de não levar esses jogadores (nem nenhum outro, aliás) ao Brasil, ao Mundial. 
«DN» de 17 Nov 12

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1 Comments:

Blogger José Batista said...

E dessa maneira todos arranjam gabão.

17 de novembro de 2012 às 09:13  

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