Um dia histórico
Por Joaquim Letria
TERÇA-FEIRA, dia 27 de Novembro de 2012, um dia
histórico: os deputados do PSD e do CDS juntaram-se e aprovaram o contrário
daquilo que prometeram aos eleitores que os elegeram: não aumentarem impostos,
não reduzirem salários nem confiscarem pensões.
Em campanha para as eleições, alinhados atrás deste
primeiro-ministro, todos eles nos prometiam que os trabalhadores, os funcionários
públicos, os pequenos empresários e os pensionistas podiam ficar descansados.
Ninguém seria prejudicado, para além dum certo recato, proporcionalmente
compartido, que naturalmente todos sentíamos justo que houvesse, depois do
socrático regabofe socialista e do estampido dos boys & girls deles.
Afinal, hoje, trabalhar não vale a pena, os impostos levam tudo,
trabalhadores, empresários e pensionistas são espoliados pelo conto do vigário
de políticos que, afinal, apoiam e aprovam o saque com que este governo dá cabo
dos remediados, aos quais pomposamente chamam classe média.
Este novo Orçamento é para acabar com o resto. O IVA é uma espécie
de rajada que abate o consumo e afunda comércio e indústria. O IMI vai ser o
golpe de misericórdia de quem julgava sobreviver. E os Boys & Girls destes juntam-se aos Boys & Girls dos outros, todos a chilrear como autênticos bandos
de cucos milharucos à solta, a debicarem o que resta depois de quem sabe
trabalhar ter ido para o estrangeiro, ganhar a bucha.
E pergunto eu, que não percebo destas coisas: aquele senhor que
mora em Belém pensará que esta maioria de deputados não violou o mandato que o
povo lhe deu e ainda tem legitimidade democrática!? É homem para pensar isso...
Vai uma aposta!?
Etiquetas: JL
6 Comments:
Permiti-me transcrever o último parágrafo para a blogue 4.ª Dimensão. Podia?
Reposta de JL:
«Prezado Senhor,
Todos os parágrafos são seus!
Cumprimentos amigos
do
Joaquim Letria»
Lá para a minha aldeia ouvi, faz tempo, alguém dizer que «o nosso presidente nos saiu uma "abécula"».
Não sei exatamente o que o termo significa, mas a ideia parece-me cada vez mais precisa.
A gente mais urbana já tinha ouvido que foi preciso um presidente economista ser reeleito para o país ficar na banca rota.
Creio firmemente que Cavaco merece aquelas opiniões, tal como nós merecíamos melhor presidente.
Ou não?
E pensar que o PEC IV era excessivo e foi esse o que serviu de rastilho para o resto.
Agora, vai-se, alegremente, "para além da Troika" como se nada fosse.
@ José Batista: abécula é favor.
Obrigado, caro Mg
O conceito torna-se(-me) assim cada vez mais definido.
E personificado...
Garibaldi, durante suas batalhas usava sempre uma camisa de cor vermelha.
Para ele era importante porque, se fosse ferido, na sua camisa vermelha não se notaria o sangue e os seus soldados não se preocupariam e também não deixariam de lutar.
Toda uma prova de honra e valor.
Cerca de 200 anos mais tarde, Cavaco Silva usa sempre calças castanhas.
Não perguntem porque é óbvio !...
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