A garantia bancária era o calendário maia
Por Ferreira Fernandes
A
PRIMEIRA-MINISTRA australiana foi à televisão brincar com o fim do
mundo. Depois, o Presidente Putin disse que o fim do mundo será só daqui
a milhões de anos... Conversa barata, a da australiana e do russo, e
até a NASA se limitou a pedir calma. Mas o mundo continuou em pânico.
Porque uma coisa é uma sexta-feira 13 de vez em quando e outra,
fatídica, é uma sexta-feira 21 de dezembro de 2012.
De todos, porém, só
conversa. Todos? Não! O nosso primeiro resolveu. Começou Passos Coelho
por marcar a decisão da venda da TAP para ontem. Golpe de mestre, uma
coisa é acabar com o fim do mundo a frio e outra, na véspera - o mundo,
em suspense e agonia, ficaria mais agradecido. Para quem é acusado de
não saber vender bem a sua política, Passos deu uma bofetada de luva
branca aos comentadores nacionais. Claro que estes já começaram a dizer
que a decisão de não vender a TAP não foi a pensar no mundo e que o
Governo não teve outro remédio porque Efromovich, o comprador
brasileiro-boliviano-colombiano, não apresentou garantias. Falso, posso
revelar. Há dias ele naturalizou-se também guatemalteco e apresentou a
maior das garantias: o calendário maia. E, segundo o calendário dos
maias, hoje, 21 de dezembro, Efromovich podia comprar a TAP, o Banco de
Inglaterra e o Fort Knox.
A decisão de Passos, pois, foi mesmo por esta
questão simples: vender a TAP seria o fim do mundo. Vai daí, não se
vende a TAP e não há fim do mundo. Lógico e eficaz.
«DN» de 21 Dez 12 Etiquetas: autor convidado, F.F
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