16.12.12

Luz - Muro das Lamentações, Jerusalém 2012

Fotografias de António BarretoAPPh
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A minha visita ao Muro das Lamentações trouxe-me a confirmação de um facto por mim conhecido há muito: mesmo conhecidas por outras vias, mesmo vistas mil vezes em cinema, fotografia ou televisão, mesmo lidas dezenas de vezes em jornais ou livros, mesmo contadas vezes sem fim por outras pessoas, certas coisas, pessoas ou situações, quando visitadas pela primeira vez, surpreendem-nos sempre! Foi o que aconteceu neste Muro famoso. Foi o que senti quando me aproximei de pessoas como esta que rezavam diante do Muro, por vezes inteiramente coladas às pedras! O ambiente à volta é inesquecível. Há tensão, disciplina, silêncio, murmúrio de orações, medo de provocações e um sentimento pouco amistoso por parte dos que querem rezar em privado e são perturbados pelos numerosos turistas que querem ver, às vezes compreender, quase sempre fotografar. Em certos dias não se pode entrar, ou falar ou fotografar. Noutros dias especiais, os gentios são afastados. Há cânticos e melopeias. Há silêncios que parecem gemidos. Naquelas fendas entre as pedras, como a que se vê nesta imagem, jazem milhares de bilhetes com nomes e orações, pedidos e promessas... De vez em quando, uma operação de limpeza liberta as fendas para que tudo recomece. Há sítios que ficam aquém do que se espera e são verdadeiras desilusões. Há locais que correspondem ao que se pretende. Há ainda os que ultrapassam tudo o que se esperava. Nesta última categoria, incluo Veneza, o deserto do Sara, Hong kong, Nova Iorque, Chartres, a Patagónia, o Machu Pichu... Israel e o Muro ficam neste grupo, sem dúvida. Pelas boas e pelas más razões.   (2012)

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