Vender Lisboa como a Senhora das Naus
HÁ DEZ ANOS houve três filmes inspirados em O Senhor dos Anéis e chega
hoje aos cinemas o primeiro, O Hobbit - Uma Viagem Inesperada, de outra
série de três filmes sobre os livros de Tolkien.
Não sou dado a
aventuras de elfos e anões (problema meu, dizem-me que Tolkien é muito
bom), mas a mesma razão que leva António Sala a recomendar-nos a comprar
ouro - o raio da crise - levou-me a interessar por estas séries. A de
há dez anos e a atual foram filmadas na Nova Zelândia, com apoio
financeiro estatal e, até, interferência governamental para limar
conflitos laborais durante as filmagens.
Da primeira vez, o turismo
explodiu à volta do belíssimo lago Wakatipu (quando lá estive
dificilmente convencia os neozelandeses que estava lá por causa da
paisagem e não pelo cenário das filmagens). Agora, uma campanha
internacional insiste de novo para que a Terra Média da saga leve mais
turistas à autêntica Nova Zelândia.
O interesseiro que há em mim desde a
crise ficou logo com os olhos a piscar cifrões: e nós?! A Nova Zelândia
fica nos antípodas e não se vai para lá por florestas mitológicas mas
por rotas que começaram por ser abertas pelos navegadores portugueses de
Quinhentos. Esses, os nossos Elfos, Ents e Hobbits (Gamas e Magalhães)
mereciam uma campanha planetária, filmes e museus bem explicadinhos.
Enfim, vender Lisboa como a Senhora das Naus. Era como a ideia do Álvaro
sobre o pastel de nata, mas em bom, em grande e com ambição.
«DN» de 13 Dez 12 Etiquetas: autor convidado, F.F
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