Quem de me dera entrevistar o Artur!
Por Ferreira Fernandes
O JORNALISTA Nicolau Santos cometeu o mais visível dos erros, o erro
rídiculo. Não foi o único, mas exatamente por uma das razões de que
gosto dele (tem opinião clara), saltaram-lhe ao caminho.
NS entrevistou
um burlão, dando de barato as credenciais com que ele se apresentara.
Foi um erro, não foi um crime. Crime seria, sendo patrão de um programa
de debate, NS só levar lá gente de um bordo. Mas lembrem-se das dezenas
de Expresso da Meia-Noite, e a variedade de quem se sentou à direita e à
esquerda da mesa. Contudo, essa atitude profissional não o livrou da
perfídia, nestes dias muito difundida (até entre colegas), de que ele
entrevistou o aldrabão porque este atacava o governo.
Batam no NS, pelo
seu erro, que neste caso ele merece - e é profissional com lombo para
aguentar -, mas batam decentemente. E, sobretudo, não se esqueçam do que
é, nos jornais, o grande crime: a situação em que nós jornalistas
deixámos cair o essencial do jornalismo, fazendo a reportagem quase
ausente dele. A prova disso é o pouco que ainda hoje se sabe desse
personagem de quem gostaríamos de saber tudo e já: Artur Baptista da
Silva. Sem os fornecimentos usuais do Ministério Público e da PJ,
sentimo-nos órfãos dos factos... E digo estas coisas sérias com
irritação de ter de as dizer.
Eu gostava era de acabar o ano falando,
agora que ele já não é economista, de uma das poucas coisinhas boas que
nos aconteceram: Artur Baptista da Silva, ele próprio.
«DN» de 27 Dez 12 Etiquetas: autor convidado, F.F
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