31.1.13

A onda é a nossa Nokia

Por Ferreira Fernandes
GARRET McNamara é só o último de uma linhagem secular: as ondas de Portugal tornam os homens grandes. Ontem, a capa do Times de Londres tinha uma imensa pincelada de verde. Dentro, falava-se do surfista e do recorde, mas o essencial estava na foto da capa: a nossa onda. Amanhã virão mais McNamaras para o nosso Himalaia em movimento, homens que passam. Mas as ondas ficam e repetem-se. O mais importante é que as nossas ondas não são daquelas atrações exóticas, como gôndolas em Las Vegas, compradas por fundos. Elas são autenticamente nossas, fundaram o Portugal que interessou ao mundo. Qualquer exposição sobre Portugal deveria abrir com uma parede larga e alta de 30 metros, a onda. E vendia-se, saindo de conchas ou headphones, os sons da onda de Portugal. A onda é o nosso ADN, o nosso destino e a nossa Mensagem. 
Pensávamos que era relação acabada, coisa antiga, mas ei-la que volta. Como que a reivindicar o que o outro queria para o pastel de nata, ser nossa bandeira, mas com muito mais substância. Peguemos no povo que é tudo o que não somos, os finlandeses das contas certas e da Nokia que nos atiram à cara. Mostremos-lhes a onda. Com eles perplexos, expliquemos: os clássicos tinham a palavra norte como sinónimo de longínquo e extremo. Eles eram o norte, isto é, remotos. Foi com as viagens dos portugueses, aumentando o mundo, que eles se aproximaram. No fundo, nós metemo-los na Europa. 
Quanto vale a nossa onda em royalties
«DN» de 31 Jan 13

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1 Comments:

Blogger O Galã de Massa Má said...

E se a onda arrastasse daqui para fora, definitivamente, o Farsola de Massamá, o Relvas e o Gaspar, então sim, podíamos por a cabeça de fora de água.

31 de janeiro de 2013 às 17:44  

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