4.12.13

O "pasteleiro" volta a pasteleiro

Por Ferreira Fernandes 
Os big brothers e os seus primos vão acontecendo com o seu lote de dramas sem que ninguém tenha uma conversa séria. Mas mereciam. Um dia, um tipo de um país civilizado, a Holanda, trouxe essa trampa para este país da periferia europeia e enriqueceu. Foi coisa pensada. Reparem, começou, como sempre acontece com as novas vacinas, pondo os pobres a fazer de cobaias. Lembram-se do rapazito alentejano das galinhas? Tendo surtido efeito e (aparentemente) não matando, passou-se à segunda fase, para a mesma coisa, mas acrescida "dos famosos". Não que a "casa" passasse a ser frequentada por aparentados com as casas de Palmela ou de Bragança, mas já com gente com a dupla consoante que entre nós impressiona sempre. 
Hoje, indiciando que a teta está secando, voltou-se a arrebanhar entre os mais indigentes. Outro indício do desinteresse: Marco Costa, o "pasteleiro" (a fama dos da "casa mais famosa" é ainda mais fugidia do que é costume, quando se passa a "ex-concorrente" são necessárias pistas: o "das galinhas", o "do pontapé", o "pasteleiro"...), Marco Costa, ontem, no Correio da Manhã, deu-nos mais uma razão para não desesperarmos com o género humano. Voltou a pasteleiro (sem aspas) e disse: "Está na altura de pôr de parte este mundo da fama." E disse: "Orgulho-me de ter uma profissão e gostar do que faço." 
Comovem-me sempre as homenagens ao trabalho. Fosse o jornalismo ainda uma coisa com pessoas dentro, ele merecia uma reportagem calma.
«DN» de 4 Dez 13

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