Prefácio
Estas Crónicas da Inforfobia devem ser saudadas como
um acto de humor, de riso incontido perante as resistências
tristemente humanas às mudanças, hoje ao uso dos
computadores ou da Internet. O autor fala de dentro da
vida das organizações e sabe do que fala. Não dos medos
da tecnologia — que o humor justamente ignora — mas
das pequeninas fraquezas que toda a tecnologia nova põe
a nu: a perda dos poderes miudinhos — o de ser o único a
saber, sem partilhar segredos de polichinelo; o de mandar
sem controlo; o de privar os outros de informação, logo
de liberdade.
Contra a pequenez medrosa, triste e opressiva, o autor
inventou-nos uma sociedade da informação risonha — isto
é, nascida do riso e da ironia.
Se o futuro lhe der razão (oxalá!) o seu livro será, dentro
de alguns anos tão incompreensível como hoje é certeiro.
É o que sinceramente lhe desejo.
José Mariano GagoMinistro da Ciência e da Tecnologia
19 de Setembro de 1997
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Esta minha obra só viu a luz do dia graças ao apoio do Mariano Gago, que comprou 500 dos 3000 exs. da edição, além de a ter valorizado com o prefácio que aqui se lê.O Prof. Galopim, felizmente, escreveu o essencial - aquilo que eu queria aqui escrever sem, no entanto, atinar com as palavras certas.
Um grande abraço, amigo Gago!
5 Comments:
Carlosamigo
Peço-te o favor de leres o comentário muito pessoal que fiz no Duas ou três palavras do meu querido Amigo Francisco Seixas da Costa. Só posso acrescentar que desapareceu do número dos vivos mais um grande Amigo, um enorme cientista, Pai da Ciência nova de Portugal. Mas ele fica connosco: a obra de nos deixou só pode ter um desejo: continuar.
Abç
É uma honra ter obtido o reconhecimento de um cientista e político da ciência com a dimensão de Mariano Gago.
Parabéns, Carlos Medina Ribeiro. Que saudades tenho da «carta branca» que semanalmente o Expresso publicava.
Obrigado, amigo Carlos! Um grande abraço!
Este comentário foi removido pelo autor.
Que oportuna, caro Medina Ribeiro, a publicação deste texto!
Tenho comigo o livrinho de crónicas, assinado pelo autor. Como o Professor Mariano Gago previu, entre os jovens de hoje, o livro retrata as pessoas presas ao/no passado, porque se mantém actual para uma faixa de pessoas mais velhas, algumas delas (completamente) afastadas da informação via "net" (abdicaram de correr, e não chegaram ao automóvel, nem à motorizada, nem, sequer, à bicicleta...). Agora, o texto mantém-se saboroso, muito agradável de ler para se perceber o "estado da comunicação" do "ontem próximo".
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