15.3.18

PSD e CDS – Surpresas e curiosidades políticas

Por C. Barroco Esperança
Desde a vitória de Rui Rio contra Santana Lopes, uma clara derrota da tralha cavaquista reunida em torno de uma figura menor, ora catedrático por equivalência, não pararam os ataques a apoiantes do novo líder do PSD, umas justas, outras não, para o atingirem.

Percebe-se o medo do grupo de autarcas cuja corrupção foi denunciada na revista Visão, perante um líder sem mácula nem afinidades com o referido bando, e o silêncio à volta da denúncia, na comunicação social e na PGR.
Não admira que pasquins, onde se destaca o Observador, se tenham virado para a defesa de Assunção Cristas, comprometida e solidária com o péssimo governo e as decisões de Passos Coelho.
O congresso do CDS foi mais um, no pequeno partido cuja ideologia desapareceu com a morte de Amaro da Costa e o afastamento de Freitas do Amaral, para se tornar a muleta do PSD, a troco de amplas entradas no aparelho de Estado e compra de veículos de alta gama, dos submarinos aos tanques de guerra, indiferente à orientação ideológica.
Assunção Cristas não cresceu politicamente, inchou, e passou a reclamar a liderança da direita, tendo por referência Adriano Moreira, figura longeva de notável inteligência e imaculado passado fascista.

A curiosidade do Congresso do CDS está mais nas semelhanças com o passado do que na visão de futuro, se acaso a tem.

Nuno Melo, que ignora os assassínios do padre Max e Maria de Lurdes e imagina o ELP e o MDLP criações patrióticas, foi o trauliteiro de serviço. O autor do voto de pesar pela AR, na morte do incorrigível salazarista, cónego Melo, revelou à saciedade quais são os seus ídolos e fontes de inspiração.
Assunção Cristas, para lá da euforia incontrolável que a tomou, da sedução pela beleza das touradas e da exploração mórbida da tragédia dos incêndios, limitou-se a aproveitar a divisão do PSD e a repetir no 27.º Congresso do CDS slogans de sabor salazarista:
«[O CDS] ...sabe o que quer e sabe para onde vai» (Assunção Cristas, 11-03-2018)
[«Sei muito bem o que quero e para onde vou» (Salazar, 1928)].
Não conseguindo o PSD a vitória dos piores, conseguiu-a o CDS. Em breve, convidará Manuel Monteiro a regressar, em apoteose.

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6 Comments:

Blogger opjj said...

aproveitando a sua expressão qualificativa "mórbido" V.Exª continua com a sua obsessão mórbida a CAVACO.Contra a sua vontade CAVACO vai ficar na história.E já agora tb o seu mórbido adorado PASSOS.
Pena é que já não esteja cá para os molestar.
Sobre os submarinos, prove aqui que Portas foi condenado. O PS encomendou 4 e Portas reduziu para 2.
A minha filiação é a minha consciência.

15 de março de 2018 às 17:42  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Eu trabalhei durante alguns anos no negócio dos submarinos, como técnico num ACE — acordo de empresas candidatas às "Contrapartidas", o SUBNACE, que apostava nos submarinos franceses.
Obviamente, estou minimamente informado acerca do essencial do que se passou.

15 de março de 2018 às 19:07  
Blogger Carlos Esperança said...

opjj:

Portas nem sequer foi julgado. Como posso provar que foi condenado se o não foi?

O que sei é que houve subornos, não sei a quem, o que levou à condenação dos corruptores na Alemanha. Em Portugal não se descobriram os corrompidos, fossem eles quem fossem. E, segundo penso, o processo perdeu-se.

Com a sua consciência podem bem os corruptos e a impunidade.

15 de março de 2018 às 23:25  
Blogger opjj said...

Que falta de seriedade nos argumentos!Provas,nada.Toda a pessoa deve ser respeitada seja A B ou C.

15 de março de 2018 às 23:51  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Ficou provado na Alemanha que a empresa corrompeu decisores em Portugal e na Grécia.
Em consequência disso, na Alemanha e na Grécia foi gente presa.
Em Portugal, não.
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Soube-se, também, que a empresa gastou 6 milhões de euros em Portuga (a título de... comissões), dos quais se sabe o destino de 5, entregues (em parcelas iguais) a 5 pessoas bem identificadas, todas elas do universo GES.
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O 6º contemplado (com 1 milhão de euros) nunca foi identificado publicamente.
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Na origem disso tudo, a história das famosas "contrapartidas" daria, só por si, um livro (ou mais...).
Fica para História a esperteza-saloia que esteve na sua génese: vantagens de 100 ou 200% para os privados (respectivamente se o vencedor fosse alemão ou francês), e despesa 100% para o Estado.
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Dado que trabalhei durante vários anos nesse negócio (nomeadamente no tempo de Guterres), poderia contar muito mais, mas não o farei aqui.

16 de março de 2018 às 13:23  
Blogger opjj said...

Srs, Carlos Medina e Carlos Esperança, continuam com blá, blá, demonizando nomes de pessoas o que se torna numa indignidade.Quer se goste o não de Portas, nada foi provado contra ele. Eu já sofri na pele por um falso testemunho que me fez mossa.

Diz o Sr. Carlos Esperança " Com a sua consciência podem bem os corruptos e indignidade".
Se eu tivesse o dom de escrever como V.Exª escreveria um grande livro. Aos 7 anos saía de manhã ainda escuro para apanhar figo e azeitona.Quando fui fazer o exame da 4ª classe à Golegã tive 3 horas à porta do sapateiro para remendar umas botas velhas, senão ia descalço. Aos 12 fazia turnos 12 horas de dia e noite 7 dias por semana e carregava pesos superiores a mim.
Quanto a partidos fui prejudicado por todos. Por aqui me fico.
Cumps

16 de março de 2018 às 18:21  

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